O Brasil é o país homenageado na edição 2013 da Feira do Livro de Frankfurt, o principal evento do mercado editorial, que se realiza de 9 a 13 deste mês na grande cidade alemã. A delegação brasileira, porém, terá um desfalque de peso: Paulo Coelho, um dos maiores vendedores de livros do mundo, anunciou ter desistido de participar do evento por discordar da lista de escritores escolhidos pelo Ministério da Cultura para representar o país (furo da “Folha” de hoje, aqui). Lamentando a ausência de autores de grande sucesso comercial como Eduardo Spohr e Thalita Rebouças, Coelho afirmou conhecer apenas 20 dos 70 convidados oficiais e sugeriu que os restantes são “amigos de amigos de amigos”.
Certo ou errado, Paulo Coelho dá à coluna a oportunidade de falar um pouco do curioso nome de batismo da cidade que abriga a Feira do Livro. Conhecida no Brasil apenas por seu nome em alemão, a quinta maior metrópole do país também é chamada de Francoforte em Portugal. Convém esclarecer que não se trata de uma tradução, mas de uma adaptação baseada na sonoridade da palavra. Furt não tem nada a ver com “forte”.
Fundada no século I pelos romanos, às margens do rio Meno, Frankfurt significa “vau dos francos”, segundo o dicionário Placenames of the World (“Topônimos do Mundo”), de Adrian Room. “Francos” porque era esse o povo germânico que predominava na região – o mesmo povo que, poucos séculos mais tarde, iria conquistar a região da Gália e nomear também a França. E “vau” (furt) porque a cidade foi fundada junto ao ponto mais raso do rio, onde o exército franco conseguia atravessá-lo a pé e a cavalo, assim chamado em português.
O nome oficial da cidade é Frankfurt am Main, ou Frankfurt do Meno, para diferenciá-la da localidade alemã de mesmo nome na fronteira com a Polônia, às margens do rio Oder (Frankfurt an der Oder). No entanto, como a xará mais famosa é cerca de dez vezes maior, além de ser o grande centro financeiro da Europa continental, basta, na maioria das vezes, chamá-la de Frankfurt mesmo.