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Projeto incentiva meninas carentes a trabalharem na área de TI

Meninas Digitais estimula jovens a aprenderem programação de computadores; mercado de trabalho está em expansão, mas mulheres são minoria

Por Paula Sperb
29 dez 2017, 13h07

Enquanto as mulheres são 51,4% da população brasileira, nos cursos universitários na área de Tecnologia da Informação (TI) elas são minoria e no mercado de trabalho também: no Facebook, só 33% dos funcionários são mulheres e, no Google, 31%. Para tentar equilibrar essa realidade com uma maior presença feminina nas carreiras de TI, o programa Meninas Digitais incentiva estudantes de escolas públicas e de comunidades carentes a se aproximarem dos cursos superiores de computação. O projeto é realizado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), entidade que atualmente tem sua direção na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.

“A imagem que ainda se perpetua é que a computação é uma disciplina muito pesada, com pouco contato com o ser humano, mas não é assim. A computação está na vida da população e facilita o dia a dia justamente porque os profissionais pensaram nas pessoas. Quem trabalha com tecnologia precisa olhar para o mundo e identificar o que pode ser melhorado e proporcionar uma vida melhor para as pessoas”, disse a VEJA Sílvia Amélia Bim, coordenadora do Meninas Digitais e professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

No Rio Grande do Sul, o programa atende diferentes regiões do estado, da fronteira à capital. No Brasil, o Meninas Digitais atende quatorze estados no total. Nas aulas de programação, as estudantes das escolas públicas têm oportunidade de vislumbrar um mercado de trabalho que até 2020 deve exigir 1,4 milhão de vagas para apenas 400.000 programadores segundo dados da Code.org, entidade norte-americana que estimula jovens a aprenderem a linguagem dos computadores.

“Com a crise, há um número significativo de demissões, mas a TI é uma área que precisa muito de profissionais. Em geral, as pessoas conseguem rapidamente colocação no mercado. É uma área que possibilita o trabalho a distância, de casa”, explica a coordenadora.

Em uma comunidade carente em Salvador, Sílvia conta que uma adolescente percebeu a oportunidade que poderia desenvolver aprendendo computação. “Quer dizer que posso fazer sites da minha casa enquanto cuido do meu filho?”, perguntou a jovem. “Era uma jovem que precisava de remuneração, mas ao mesmo tempo tinha que cuidar do filho e percebeu que poderia conquistar flexibilidade de horários trabalhando com programação de forma autônoma”, conta a coordenadora do Meninas Digitais sobre o episódio.

Se as mulheres ainda são minoria no setor e enfrentam casos de machismo em uma área dominada por homens, no passado elas foram as protagonistas. A norte-americana Grace Hoper foi a criadora da primeira linguagem de programação, em 1955. Também nos Estados Unidos, a freira Mary Kenneth Keller foi a primeira doutora em Computação do país, em 1965. Um século antes, em 1843, em Londres, Ada Lovelace desenvolveu o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina.

“A gente leva exemplos históricos e de mulheres da região onde ocorrem os eventos. As universitárias vão conversar com as estudantes do ensino fundamental e médio. Aí você vê que a empatia é maior. As meninas se reconhecem no sotaque, no jeito de se vestir, a história de vida e podem pensar ‘eu também posso’”, conta Sílvia.

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