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O que mais é preciso para aprovar a CPI do MEC?

O país anda tão maluco que não surpreenderá se o dinheiro usado pelo governo para barrar a CPI do MEC for desviado do MEC

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 abr 2022, 12h29

Diversos prefeitos acusaram os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura de operar um gabinete paralelo no Ministério da Educação, traficando influência e cobrando propinas. Fala-se em construção de igrejas com verba da Educação e cobrança de propina em ouro.

Em uma gravação cuja autenticidade não foi negada, o então ministro da Educação Milton Ribeiro afirma que o próprio presidente da República determinou que os pedidos do pastor Gilmar tivessem prioridade no atendimento. O escândalo foi tamanho que levou à queda do ministro. Convidados a prestar depoimento no Senado, Ribeiro e os pastores até hoje não compareceram.

Em depoimento à CGU, o presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento Educacional, Marcelo Lopes da Ponte, relatou que ouviu do pastor Arilton “insinuações” de pedido de desvio de verbas. “Me ajuda que eu te ajudo”, teria dito o pastor a Ponte.

Ponte, que já foi chefe de gabinete de Ciro Nogueira, principal nome do Centrão no governo, está menos longe da confusão do que que quer dar a entender. O FNDE comprou ônibus escolares superfaturados na módica quantia de 732 milhões e operou um esquema de construção de escolas “fake” (com empenho de verba suficiente só para o início das obras).

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Agora outro ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, vem a público para denunciar superfaturamento em livros didáticos, gráficas e no ENEM. Segundo Weintraub, o presidente da República lhe determinou que o FNDE fosse “entregue ao Centrão”, e foi sua resistência a cumprir a ordem que levou a sua demissão, momento que ele denomina “a expulsão dos conservadores do governo”. (As datas batem, por sinal: Weintraub foi demitido logo após a nomeação de Marcelo Ponte, em junho de 2020.)

O PGR Augusto Aras, que deveria investigar o presidente da República, atua como seu advogado. A Polícia Federal, que também deveria investigá-lo, está aparelhada. É evidente que uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a corrupção no MEC é necessária e urgente. No entanto, três dos senadores que assinaram pedido para sua instalação se arrependeram e retiraram suas assinaturas. Senadores comentam que o governo jogou pesado, liberando verbas do orçamento secreto para barrar a CPI.

Há tanta cara de pau no Brasil de hoje, que não surpreenderá se o dinheiro desviado para barrar a CPI do MEC sair do orçamento secreto do… MEC.

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