General, pare com o golpismo e vá prender os hackers
Em vez de cuidar de seu próprio ministério, o ministro Augusto Heleno insiste em dar palpite no tribunal dos outros
“Tenho que tomar dois lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação a esse STF que está aí”, afirmou o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.
Useiro e vezeiro em declarações golpistas, o general se comporta como chefe de um “gabinete da insegurança institucional”. Desta vez, exerceu seu golpismo em palestra na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI.
A Abin “tem por missão assegurar que o Executivo Federal tenha acesso a conhecimentos relativos à segurança do Estado e da sociedade, como os que envolvem defesa externa, relações exteriores, segurança interna, desenvolvimento socioeconômico e desenvolvimento científico-tecnológico.”
Tal descrição, por óbvio, inclui impedir ataques tecnológicos e, no caso de eles ocorrerem, descobrir a identidade dos responsáveis e mandar prendê-los.
O Executivo Federal está sob ataque de hackers desde a semana passada. Foram afetados o Ministério da Saúde (que, atacado duas vezes, não consegue emitir um mísero certificado de vacinação), a Polícia Rodoviária Federal, a Controladoria-Geral da União e sabe-se lá quantos órgãos mais. Corre nos bastidores que a situação é tão grave que o governo não consegue saber qual é a gravidade da situação.
Bem faria o general Heleno se parasse de dar palpite no tribunal dos outros e fosse cuidar de seu próprio ministério.
Cujo desempenho anda abaixo da crítica.