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Youssef diz à Justiça Eleitoral que o PT o procurou para repatriar R$ 20 milhões para a campanha de Dilma. Questão: Força-tarefa da Lava-Jato deve explicações

Uma reportagem da revista VEJA, no ano passado, informou que o PT havia pedido ajuda a Alberto Youssef para repatriar R$ 20 milhões para a campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Vale dizer: dinheiro ilícito e sujo teria sido remetido ao exterior e precisava voltar ao país, em reais. Essa era uma das especialidades do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h01 - Publicado em 3 jul 2015, 08h37

Uma reportagem da revista VEJA, no ano passado, informou que o PT havia pedido ajuda a Alberto Youssef para repatriar R$ 20 milhões para a campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Vale dizer: dinheiro ilícito e sujo teria sido remetido ao exterior e precisava voltar ao país, em reais. Essa era uma das especialidades do doleiro. Nesta sexta, reportagem de Andréia Sadi e Gabriel Mascarenhas, na Folha, informa que Youssef fez a mesma afirmação em depoimento à Justiça Eleitoral, que apura o uso de recursos irregulares na campanha do PT. A afirmação tem uma gravidade óbvia e outra que a muitos pode escapar.

Segundo Youssef contou ao tribunal, ele foi procurado no começo do ano passado para realizar a operação, mas não teve tempo porque foi preso em março. Ele diz não saber se outra pessoa cumpriu a, vamos dizer, missão.

O depoimento, informa a Folha, foi prestado no dia 9 de junho, em Curitiba, onde ele está preso. O doleiro contou que foi procurado por um homem chamado Felipe, que lhe indagou se ele tinha como repatriar a soma. Ele afirmou que sim.

Contou: “Olha, uma pessoa de nome Felipe me procurou para trazer um dinheiro de fora e depois não me procurou mais. Aí aconteceu a questão da prisão, e eu nunca mais o vi”. Youssef afirmou que Felipe lhe fora apresentado por um amigo chamado Charles e que o pai do rapaz tinha uma empreiteira, cujo nome ele disse não lembrar.

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Também Paulo Roberto depôs à Justiça Eleitoral. Confirmou ter ido ao casamento da filha de Dilma, em 2008, três anos antes de esta se tornar presidente, porque foi convidado. Disse, obviamente, que ninguém ocupa o cargo de diretor da Petrobras se não tiver a confiança do chefe do Executivo e que contratos eram feitos “sem projeto completo”, o que facilita desvios. Indagado se Dilma tomou alguma providência para mudar essa realidade, respondeu: “Que eu saiba, nenhuma”.

Gravidade não óbvia
Vocês não estranharam nada até aqui? Eu estranhei.

Por que essa afirmação de Youssef não consta, que se saiba, da Operação Lava Jato? Não vale responder que é porque se trataria de um crime eleitoral, já que o suposto dinheiro no exterior poderia ter origem, obviamente, na roubalheira da Petrobras, não é mesmo?

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Sim, eu fico impressionado que uma afirmação de tal gravidade, prestada por alguém que fez acordo de delação premiada, não tenha despertado a atenção da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal. Se despertou, ninguém sabe. Ora, convenham que, a depender dos desdobramentos, aí pode estar o elemento mais explosivo de toda essa investigação. Tratar-se-ia de um partido com recursos no exterior, o que é proibido, e certamente ilícitos.

Notem que não estou dizendo um “só pode ser verdade”. Eu estou indagando em que outra instância isso está sendo investigado. Que eu saiba, em nenhuma! E a questão só volta à baila, embora já noticiada pela VEJA no ano passado, porque o PSDB recorreu à Justiça Eleitoral, que só age quando provocada.

Eu estou enganado, ou a força-tarefa da Lava Jato deve severas explicações?

Texto final publicado às 5h15
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