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Xucros e MPF criam vácuo de credibilidade que ressuscita esquerda

Os vermelhos pretendem exibir musculatura no protesto deste dia 28 para tentar assustar o Congresso, aquele mesmo que vive apanhando da direita

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 28 abr 2017, 08h45 - Publicado em 28 abr 2017, 07h26

As esquerdas, humilhadas nas urnas em 2016 e que, pela lógica, deveriam estar na lona, mostram alguma musculatura e organizam nesta sexta um ato de protesto que, em princípio ao menos, pode ser o maior promovido pelos vermelhos desde que Dilma Rousseff foi impichada. O que há de relevante a observar? A adesão ou não dos chamados setores médios da sociedade — em sentido literal: o meio mesmo. É aquela turma que, numa eleição, tanto pode fazer a maioria para um lado — os oito anos de FHC — como para outro: os 13 de PT. Se a manifestação ultrapassar os limites da esquerda, então é o caso de a gente se preocupar, sim. O país estará em perigo porque 2018 vem aí.

É claro que os adversários do PT sempre podem contar com o auxílio dos próprios esquerdistas, que costumam assustar esses setores aos quais me refiro. O PT venceu suas quatro eleições, já destaquei aqui, fazendo um discurso com apelo à direita — em 2014, bem menos, mas ainda assim. Desta feita, a inflexão à esquerda é mesmo uma escolha, uma deliberação. E isso sempre excita a imaginação dos violentos. A chance de confronto com a polícia, dada a retórica extremista de alguns que promovem a greve, é grande. E o cidadão comum não costuma gostar de desordem.

É claro que a crise econômica, que ainda está aí, e o brutal desemprego ajudam a botar pessoas nas ruas. Mas essas, todos sabemos, são conquistas diletas dos governos petistas.

O PT é o culpado pela maior recessão da história.

O PT é o culpado pelo brutal déficit fiscal.

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O PT é o culpado pela enormidade do desemprego.

Ora, é evidente que a esquerda não vai admitir a sua responsabilidade. Com o desapreço de sempre pela verdade, os companheiros põem a crise na conta das medidas adotadas pelo governo Temer justamente para responder à crise. E é aí que entram as reformas, não?

É mentira! Não há uma só medida da reforma trabalhista, por exemplo, que casse direitos e torne mais precárias as condições de trabalho. Ao contrário: elas beneficiam os trabalhadores à medida que regularizam práticas que já estão em curso. Como afirmei aqui, os únicos que perdem são os sindicalistas.

A reforma da Previdência, por sua vez, tornou-se uma imposição da matemática. Sem ela, o país não deslancha. Para a esmagadora maioria dos trabalhadores, não haverá perda nenhuma de vencimentos. Os nababos do serviço público, ah, estes sim!, podem lamentar a mudança. Afinal, serão submetidos ao teto de vencimentos dos aposentados da iniciativa privada. A reforma cassa privilégios, não direitos.

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O compromisso dos que convocaram o protesto, no entanto, não é com os fatos, com a verdade, com os números.

A responsabilidade da direita xucra
E é óbvio, e jamais me esquecerei disto, a direita xucra e o Ministério Público Federal têm uma responsabilidade imensa nessa ressaca esquerdopata. Ao demonizar a política e os políticos, ao igualar bandidos a pessoas honestas, ao criminalizar a vida pública, fizeram um trabalho que, nas democracias, sempre foi típico das esquerdas: desacreditar as instituições.

Ora, instituições em descrédito estimulam as soluções voluntaristas e o vale-tudo. É o que está nas ruas.

Lutei muito, dados os meus limites, para que a coisa não chegasse a esse ponto. Mas chegou. E noto: estamos falando apenas de um ponto numa trajetória desenhada, que pode reconduzir a esquerda ao poder.

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E aí, sim, nós conheceremos a face da besta.

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