Violência 1 – Relator da ONU critica “política de mortes” do Rio
Por Marcelo Ninio, na Folha:Embora o número de pessoas mortas pela polícia do Rio tenha aumentado 25% no último ano e o governo tenha apoiado uma política de confronto, a segurança no Estado só piorou. A conclusão é do relator das Nações Unidas para Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias, Philip Alston, que fez ontem um […]
Embora o número de pessoas mortas pela polícia do Rio tenha aumentado 25% no último ano e o governo tenha apoiado uma política de confronto, a segurança no Estado só piorou. A conclusão é do relator das Nações Unidas para Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias, Philip Alston, que fez ontem um retrato sombrio da segurança no Estado, com foco na violência policial.
Para ele, o governo fluminense se omite quanto ao aumento da violência e fracassou ao confiar sua política de segurança à prática sistemática de mortes.
Alston apresentou à sessão do Conselho de Segurança da ONU, em Genebra, o relatório preliminar de sua visita ao Brasil, de 4 a 14 de novembro de 2007, na qual esteve no Rio, em São Paulo e em Pernambuco.
No pronunciamento feito ontem ao conselho, porém, preferiu falar apenas do Rio.
Segundo o jurista australiano, a polícia fluminense matou em média três pessoas por dia em 2007, tendo sido responsável por 18% das mortes violentas no Estado. O quadro é de “enormes problemas de drogas, violência de gangues e insegurança”, disse ele, que acusou o governo estadual de omissão.
O relatório final já está com o governo federal, que tem até o dia 10 para responder. A versão preliminar, que servirá de base para um debate hoje, no Conselho da ONU, alerta para a alta taxa de homicídios no país, que chegam a 50 mil por ano, e para a impunidade.