VÍDEO PROVA QUE MST PLANEJOU DEPREDAÇÃO; PT SE SOLIDARIZA COM DEPREDADORES
No Estadão Online. Cometo em serguida: Um vídeo divulgado hoje pela Polícia Civil de Bauru (SP) mostra que a depredação da fazenda Santo Henrique, da Cutrale, invadida no ano passado pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) foi premeditada. As imagens mostram uma reunião de militantes na qual o coordenador regional do movimento, Miguel da Luz Serpa, […]
No Estadão Online. Cometo em serguida:
Um vídeo divulgado hoje pela Polícia Civil de Bauru (SP) mostra que a depredação da fazenda Santo Henrique, da Cutrale, invadida no ano passado pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) foi premeditada.
As imagens mostram uma reunião de militantes na qual o coordenador regional do movimento, Miguel da Luz Serpa, se dirige aos invasores planejando as depredações. “Esta é a quarta invasão e viemos aqui para, pelo menos, dar prejuízo a eles.”
Serpa é um das nove pessoas presas durante a Operação Laranja, desencadeada terça-feira pela Polícia Civil, em Iaras e Borebi, região central do Estado.
Em poder dos acusados, a polícia apreendeu adubos, defensivos e equipamentos furtados da propriedade. O vídeo foi apreendido durante as buscas realizadas nas casas dos acusados, no assentamento Zumbi dos Palmares, em Iaras.
O delegado seccional de Bauru, Benedito Antonio Valencise, disse que as imagens são peça importante para comprovar os crimes cometidos pelos sem-terra. Hoje, ele refutou a acusação dos advogados do MST, de que não tiveram acesso ao inquérito que resultou nas prisões.
“O inquérito foi instaurado há vários meses e é público. Apenas não fizemos alarde de algumas diligências para não prejudicar as investigações.” Segundo ele, as prisões temporárias foram decretadas pela Justiça.
Investigações
O coordenador do MST na região de Iaras, Miguel Serpa, preso na Operação Laranja, é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por desvio de recursos públicos.
Serpa é presidente da Cooperativa dos Assentados da Reforma Agrária na Região de Iaras (Copafi), que firmou convênio com o Incra para cortar uma floresta de pinus adquirida pelo governo federal por R$ 13 milhões. Foram cortados cerca de 400 mil metros cúbicos de madeira.
O dinheiro, que deveria ser revertido aos assentados, foi desviado. O Incra rompeu convênio com a cooperativa. O MPF investiga também ameaças de morte feitas pelo grupo de Serpa a assentados que denunciaram os desvios.
O próprio dirigente foi acusado pelo assentado Genário da Silva de tê-lo “enterrado vivo” no meio de um eucaliptal, deixando apenas o rosto de fora.
Comento
O vídeo, já exibido na TV, não deixa a menor dúvida de que a depredação foi planejada. Sim, sempre soubemos disso, mas, nesses casos, é preciso algo mais do que convicção; é preciso ter provas. E a prova está dada.
E o PT? A ministra candidata Dilma Rousseff já andou falando contra o que chamou de “criminalização dos movimentos sociais”. Sei… Entrei no site do PT. Há lá um texto cujo título é este: “PT repudia repressão de polícia tucana contra o MST em São Paulo”. Lê-se este primor:
O Núcleo Agrário Nacional do Partido os Trabalhadores comunga com as mesmas preocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em relação à informação de que, desde o final da tarde de ontem (25), a polícia está fazendo cercos aos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária na região de Iaras-SP, portando mandados de “busca, apreensão e prisão”, com o intuito de intimidar, reprimir e prender militantes do MST. Ao mesmo tempo, repudia as detenções de nove militantes assentados e acampados do MST, que estão na Delegacia de Bauru-SP.
Em contraposição à política de repressão e criminalização dos movimentos sociais, o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), aprovado pelo Presidente da República, tem entre os seus objetivos estratégicos “a utilização de modelos alternativos de solução de conflitos, de modo a, entre outras ações programáticas, fomentar iniciativas de mediação e conciliação, estimulando a resolução de conflitos por meios autocompositivos, voltados à maior pacificação social e menor judicialização”.
Nesse sentido, o Núcleo Agrário Nacional do PT repudia a criminalização dos movimentos sociais e exige o respeito aos direitos constitucionais – individuais e coletivos – de seus militantes, ao mesmo tempo em que se solidariza com homens e mulheres que lutam por um Brasil mais justo, livre e democrático, onde a Constituição e os Direitos Humanos sejam efetivamente respeitados.
Brasília, 26 de janeiro de 2010
Osvaldo Russo, coordenador do Núcleo Agrário Nacional do PT
Atenção!
A prisão temporária de 19 pessoas envolvidas na invasão — 10 conseguiram fugir — não foi decidida pela “polícia tucana”, mas pela Justiça. Foi decretada pelo juiz Mário Ramos dos Santos, do Fórum de Lençóis Paulista. Os patriotas são acusados de formação de quadrilha, invasão de terra, danos materiais e furto.