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Reinaldo Azevedo

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Terror em vez de argumentos

Os ministros Guido Mantega (Fazenda), José Gomes Temporão (Saúde), Luiz Marinho (Previdência Social) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) foram defender hoje a CPMF na comissão especial da Câmara que analisa o assunto. Foi ali que ele se saiu com a tese formidável de que o governo pode repensar a contribuição, mas dentro de uns três […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h11 - Publicado em 4 set 2007, 22h58
Os ministros Guido Mantega (Fazenda), José Gomes Temporão (Saúde), Luiz Marinho (Previdência Social) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) foram defender hoje a CPMF na comissão especial da Câmara que analisa o assunto. Foi ali que ele se saiu com a tese formidável de que o governo pode repensar a contribuição, mas dentro de uns três anos, hehe. Ali no finzinho do mandato de Lula. Aliás, a emenda constitucional prevê o fim do imposto em 2011, no primeiro ano de mandato do sucessor de Lula. Mantega fez política? Não. Fez terror.

O governo que já ampliou o funcionalismo em mais de 230 mil funcionários, que quer contratar outros 60 mil; que amplia o Bolsa Família sem perguntar o tamanho da conta e sem criar um critério mínimo de eficiência desse gasto, esse mesmo governo foi lá dizer que, sem a CPMF, adeus programas sociais — e, claramente, ameaçou os estados. “Teríamos que fazer um corte profundo com sérios danos à população brasileira”, afirmou Mantega, segundo quem não há corte possível para o governo fazer. Não? Não. Os gastos, afinal, estão sendo ampliados, não é? O próprio Lula se orgulhou disso outro dia.

E quando é que o governo pretende dar um refresco nos impostos? Ah, um dia qualquer aí. Respondeu Mantega: “A ocasião de melhorar o sistema tributário é a reforma tributária. Ao fazermos isso, já vamos modernizar o sistema tributário e simplificá-lo. (…) Vai ter arrecadação adicional aos Estados com redução da informalidade. Então é o momento de analisar a mudança da CPMF”.

De que reforma tributária ele está falando? Ah, de uma aí, que vai acontecer em algum momento. Há a chance real de o Senado pôr fim a essa contribuição. E a oposição deveria fazer o seu trabalho. Que se tire menos dinheiro da sociedade e que o governo aprenda a gastar menos.

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