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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Sobre números. E o debate que interessa

Bem, vocês viram que não dou mais bola para os remelentos e as mafaldinhas. Vou botar uma peruca e um bigode falsos e levarei lá as minhas filhas para que entrem em contato com a diversidade antropológica. Reitero ao meu pedido à PM: por favor, deixem que fiquem lá. Vi que comecei a mexer com […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 07h05 - Publicado em 29 Maio 2007, 19h54
Bem, vocês viram que não dou mais bola para os remelentos e as mafaldinhas. Vou botar uma peruca e um bigode falsos e levarei lá as minhas filhas para que entrem em contato com a diversidade antropológica. Reitero ao meu pedido à PM: por favor, deixem que fiquem lá. Vi que comecei a mexer com assunto bem mais sério. Reparem em alguns comentários que recebi, que seguem em vermelho e sem correção. Eu, como sempre, vou de azul.

Pobre Reinaldo, não sei se você já ouviu falar no tripé que rege o funcionamento das universidades, dado por “ensino, pesquisa e extensão”. Presumo que você saiba o que isso significa. No entanto vou explicar para ter certeza de que você entendeu: o número de docentes que você apresenta é obrigado a se dividir nas três tarefas. Entendeu? Não é difícil!
Divida o número de professores de sua conta por três e terá um resultado mais próximo à realidade.
Espero sua “autorização” para ter meu comentario publicado. Se não for possivel divulgue qual é o máximo de discordância permitida nesse blog que é exemplo de liberdade de expressão (lembrei-me do caso RCTV).

O missivista chama-se Paulo. Será aluno ou professor da Fefeléchi? A julgar pela acentuação, espero que aluno. Tio Rei responde. O problema da universidade, meu caro, não é o “tripé”, mas o “quadripé”, hehe. Quantos estão dedicados a quê? Eu não sei. No caso da pesquisa, cadê as pesquisas? Onde estão os livros, os debates, o resultado de tal faina? Idem para a extensão. Observe, Paulo: eu não disse que há vagabundagem na USP. O que eu disse é que não há controle. E não há. Se a USP tem 1 professor para cada 15,2 alunos, o dobro da França, e falta professor nas Letras, ou há professores demais para alunos de menos em outros departamentos, ou alguém, nas Letras, não está fazendo o que lhe cabe. Quem sabe haja um excesso de “pesquisa” e uma carência de “ensino”? De longe, não parece haver tal efervescência, mas nunca se sabe.
Ah, sim: o máximo da discordância permitida aqui é aquela que eu acho que é. Sei que isso parece insuportável, mas é assim. O blog é meu. Mando eu. O que não pode ser objeto da vontade privada é a USP.

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Acho que você está tendo uma atitude covarde se omitindo agora sobre a USP quando muitas verdades apareceram. Os decretos na íntegra, as condições de ensino dadas a alunos e professores, a verdade daqueles que residem no Crusp e no favelão. Inclusive a VEJA diz nessa semana que a reitoria está mal cheirosa e certamente ninguém dessa revista entrou lá. Se você resolver passear por lá é bom que vá disfarçado e não avise antes, depois de tudo o que escreveu, as reações serão inesperadas. Melhor você permanecer com seus pares num lugar mais seguro, não por você, mas pelas crianças inocentes que você pretende levar.
Viram só que amor? É ameaça explícita mesmo. Como Saddam Hussein, eles não poupariam nem as crianças. Falei de tudo, inclusive dos decretos. Se forem inconstitucionais, que se recorra à Justiça. Quanto à carência de prédios, virem-se com a autonomia que vocês têm. Mas dentro da lei. O problema é que falei de números, o que lhes é insuportável porque parte da sua “luta” se assenta no mito de que vocês são mártires. Não são. Comuno-fascistinhas e vândalos, nada além disso. Sobre as condições, falo na resposta a outros posts.
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Vale lembrar que o idiota do Reinaldo está comparando não uma, mas TRÊS universidades, com UMA universidade americana. Parece ser uma comparação bem justa mesmo.
Estou comparando a verba da universidade mais importante do mundo com a verba de três universidades estaduais, que poderiam ser uma só. Tanto faz. Se a Unicamp e a Unesp fossem campi da USP, não faria grande diferença para os meus propósitos. O que estou comparando é investimento e resultados. Mas, é claro, tenho um critério: acho que universidade é lugar da excelência intelectual e da pesquisa, e não de reparação social. Mas isso fica para a respostas seguintes. Quanto ao “idiota”, dizer o quê? Eu só o contestaria se você me elogiasse. Entendeu?
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Malandrinho você hein Reinaldo…
O orçamento de Harvard é de US$ 3 bilhões, enquanto que o “das paulistas” é de US$ 2,1 bilhões. Comparando uma universidade com três? Quantos alunos tem Harvard e quantos alunos temos nas outras TRÊS paulistas?
E não me venha com aquelas respostas preguiçosas do tipo “mais um petralha” ou “se (haha!) sou serrista, e daí?”

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Bom dia,
Acho que você deveria rever alguns dados lançados neste artigo.
-Você compara os orçamentos das estaduais paulistas com Harvard como se fossem instituições do mesmo tamanho. As estaduais paulistas tem cerca de 145 mil alunos, contra 20 mil alunos de Harvard.
-A USP aparece na 97 posição no ranking de universidades mais importantes do mundo, e em segundo se tomarmos apenas paises pobres. Se compararmos com universidades federais teremos a UFSC na 281ª posição e a UFRJ apenas na 402ª (https://www.webometrics.info).
-Somente a USP e a UNICAMP correspondem a 36.1% das publicações brasileiras em revistas indexadas.
-De acordo com o nstituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a UNICAMP é a instituição (seja privada ou pública) com a maior produção de patentes, batendo empresas como a Petrobrás.
-O maior problema dessa grande diferença de gastos com estudantes universitários e do ensino fundamental ocorre devido ao pouco investimento do estado na educação de base e não a excessos na educação superior.
É lógico que não são universidades perfeitas. Mas não pode-se negar porém que as estaduais paulistas são um exemplo de produção científica para o Brasil. Essa liderança deve-se, principalmente, à liberdade de investimento que essas instituições possuem, portanto não podemos permitir que esta liberdade seja ameaçada.
Vamos lá. Parte do que diz o leitor acima é resposta a outro comentarista, já que toca em assuntos nos quais não toquei. A questão do número de alunos é relevante, sim. Harvard tem 20 mil alunos, 13 mil na graduação e 7 mil em pós-graduação. Mas é uma universidade privada. As universidades paulistas fizeram a escolha pela quantidade, não necessariamente pela qualidade — e cada vez mais, Brasil afora, também em escala federal, fala-se em ampliar o número de vagas sem que se pense na qualidade acadêmica. O ministro da Educação, que teve o topete de atacar o governo de São Paulo sem censurar os invasores — o que evidencia que o PT vê a bagunça com bons olhos — aproveitará o aporte de recursos para o ensino superior para aumentar as vagas das federais, quando deveria investir na qualificação das vagas que já existem.

Harvard é a universidade nº 1 do país mais rico do mundo. Não está lá para promover benemerência. Por isso, é a escola mais laureada do mundo. E por justos motivos. O que não quer dizer que não tenha seus problemas. É uma fundação, mas funciona como instituição privada, buscando atrair os melhores cérebros do país e do mundo. Atenção: é mais velha dos que os próprios Estados Unidos. Marilena Chaui, Emir Sader, Chico de Oliveira e o tal Henrique Carneiro diriam que aquilo é uma ditadura. O reitor é “imposto” por sete conselheiros vitalícios — e pode cair a depender do que faça, como ocorreu com Larry Summers. No Brasil, é mais fácil depor um presidente da República do que demitir a reitora Suely Vilela por incompetência. A PUC, em São Paulo, deve ter o mesmo número de alunos de Harvard. Está falida e mal conseguiu sair da anomia. Mas sua democracia é impecável: alunos, funcionários e professores elegem o reitor. Acho que até os pipoqueiros dão um pitaco.

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O Brasil confundiu ensino universitário com inclusão social. Devemos ser o único país do mundo em que o Terceiro Grau é considerado, como é mesmo?, “um direito”. É evidente que os R$ 2,1 bilhões das universidades paulistas — uma soma astronômica se tivermos em mente o nosso PIB —, se aplicados nos 20 mil melhores alunos do Estado (ou do Brasil), produziriam mais ciência e menos proselitismo do que investidos no populismo ora vigente — e que só tende a se ampliar. Se Harvard, com 20 mil alunos, tem US$ 3 bilhões, quanto deveriam ter as paulistas com 156.041? É regra de três. Faço a conta pra vocês: US$ 23,406 bilhões, quase R$ 47 bilhões — ou seja, toda a arrecadação de ICMS de São Paulo. Não me parece uma boa idéia… Mas atenção para que não caiamos numa vigarice: Harvard é uma universidade privada. Queremos uma Harvard gratuita, com recursos do Estado, para 156 mil alunos? O que importa é que saem dos cofres paulistas mais de US$ 2 bilhões só para o ensino universitário. E que, com esse mesmo dinheiro, está provado, é possível fazer muito mais e melhor. É isso o que interessa à sociedade. Não escrevo para a corporação, bem entendido.

Finalmente, o uspiano fala da qualidade da USP na comparação com outras universidades. Pois é. Sou eu a enxovalhar a Universidade de São Paulo ou quem a trata como um misto de cortiço e boteco? As universidades paulistas são um exemplo de produção científica? Pois que sejam assim tratadas. Hoje, viraram palco para o show particular de meia-dúzia de comuno-fascistas, que não sabem o que é democracia. E com o urro delirante da parte da imprensa que os apóia.

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