Serra contesta, nos mínimos detalhes, proposta petista de reforma política
Por Vandson Lima, do Valor: Relator da proposta de reforma política na Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) parece ter encontrado fora do parlamento alguém tão disposto quanto ele a discutir todas as minúcias da proposta. Fontana e o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), têm trocado longas mensagens, postadas em […]
Por Vandson Lima, do Valor:
Relator da proposta de reforma política na Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) parece ter encontrado fora do parlamento alguém tão disposto quanto ele a discutir todas as minúcias da proposta. Fontana e o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), têm trocado longas mensagens, postadas em seus sites, sobre o tema.
A primeira iniciativa foi de Serra. Instigado pelo noticiário, postou no fim de agosto uma crítica a vários pontos da proposta defendida por Fontana, em texto intitulado “Reforma política: relator do PT quer trocar o ruim pelo pior”. O deputado então escreveu uma longa mensagem endereçada ao ex-governador, dizendo ter lido com atenção suas considerações e respondendo, ponto a ponto, os comentários de Serra. Hoje, Serra se deu direito à réplica. Publicou toda a mensagem de Fontana em sua página, acrescentando suas críticas ao original a cada item abordado.
Candidato à Presidência da República derrotado em 2010, Serra foi especialmente crítico à proposta de distribuição dos recursos de um fundo de campanha entre os partidos, na qual 80% dos recursos seriam destinados às legendas de forma proporcional aos votos dos recebidos na última eleição para a Câmara. “É curioso que esta proposta venha à tona quando seus maiores beneficiários, por terem atualmente as maiores bancadas, sejam o PT e o PMDB, principais partidos da base aliada do governo. Não basta o fato de que a distribuição do tempo de TV já siga esse critério?”, argumentou Serra, para quem tal mecanismo dificulta o surgimento de novas forças políticas.
Serra é partidário da adoção do voto distrital uninominal nas eleições municipais já em 2012, como caminho para a futura adoção do voto distrital misto em nível nacional. ( Valor)
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