PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Senadores pedem para não depor em defesa de Gim Argello

Paulo Paim (PT-RS) e João Alberto Souza (PMDB-MA) pediram para ficar longe do caso, além de alegar não terem conhecimento do esquema de corrupção e cobrança de pedágio de empreiteiros nas CPIs

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h21 - Publicado em 4 jul 2016, 19h19

Por Laryssa Borges, na VEJA.com:

Contando com o histórico corporativismo entre parlamentares, o ex-senador Gim Argello elencou 15 deputados e senadores para depor como testemunhas de defesa no processo em que é acusado de cobrar propina para barrar depoimentos em duas CPIs da Petrobras. Réu na Operação Lava Jato, Gim contava que congressistas do PSD, PMDB, PT, PDT, PV, DEM, PSDB, PSB e PP pudessem depor em seu favor e envernizar seu currículo com loas a um suposto profissionalismo como parlamentar.

O que ele não esperava é que pelo menos dois senadores – Paulo Paim (PT-RS) e João Alberto Souza (PMDB-MA) – pediram para ficarem longe do caso. Além de alegarem não ter qualquer conhecimento do esquema de corrupção e cobrança de pedágio de empreiteiros nas CPIs, Paim e Souza apresentaram as mais diversas desculpas para tentarem ser dispensados. Disseram que precisam trabalhar no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e votar medidas para solucionar a crise econômica. A breve ausência do Senado para os depoimentos, disseram, “acarretará graves prejuízos ao exercício da atividade parlamentar”.

“É de conhecimento público a série de demandas que o Senado Federal está enfrentando no momento, como o histórico processo de impeachment e a busca de soluções para a crise financeira que se encontra o país. Furtar um senador da República dessas atividades imprescindíveis à condução do país para sua oitiva em um processo que manifestamente não tem nada a acrescentar não é compatível com as finalidades do processo penal”, afirmaram os dois em ofício do juiz Sergio Moro. E mais: alegaram que, por terem “reputação ilibada e conduta irrepreensível”, seus depoimentos serviriam apenas para que a defesa de Gim Argello buscasse referências positivas para anexar ao processo contra o ex-senador.

“Ostento reputação ilibada e conduta irrepreensível, como é de conhecimento público. Isto influencia diversas pessoas a me arrolarem como testemunha de defesa em processos dos mais variados, principalmente na condição de ‘testemunha de caráter’ ou ‘testemunha de referência’, como o presente caso aparenta ser”, afirmaram os dois senadores a Moro. Mesmo com a recusa inicial, os advogados insistem na presença dos dois. “Como membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, participaram dos trabalhos realizados, podendo, certamente, contribuir para a elucidação dos fatos ora investigados, em especial, como se deram os andamentos dos trabalhos realizados pela citada Comissão”, afirmaram os advogados. A presença ou não dos dois senadores como testemunhas será decidida pelo juiz Sergio Moro.

Continua após a publicidade

De acordo com os investigadores da Lava Jato, Gim Argello, durante o mandato de senador, pediu que dirigentes de empreiteiras pagassem propina para que não fossem convocados a prestar depoimentos em 2014 na CPI da Petrobras no Senado e na CPI mista que investigava irregularidades relacionadas à petroleira. Na condição de vice-presidente das duas comissões de inquérito, o hoje ex-senador recebeu pelo menos 350.000 reais de Leo Pinheiro, da OAS, por meio de repasses à Paróquia São Pedro, em Taguatinga (DF), e 5 milhões de reais disfarçados de doações eleitorais da UTC.

Além de Pessoa, Argello também pediu propina a Marcelo Odebrecht, de quem foram cobrados – e aparentemente não pagos – outros 5 milhões de reais, de Otávio Marques de Azevedo, então presidente da Andrade Gutierrez – mais 5 milhões de reais -, de José Antunes Sobrinho, da Engevix, e de Gustavo Marques de Azevedo, da Camargo Correa. O Ministério Público mapeou ainda a atuação de Gim na cobrança de vantagens indevidas também dos lobistas Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Julio Camargo, vinculados na época à Toyo Setal. Ao final, pelo menos no caso dos dois operadores, foram pagos 2 milhões de reais em doações eleitorais a partidos indicados pelo parlamentar e 200.000 reais e 200.000 euros a auxiliares do então senador. Gim foi preso na 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia 12 de abril e batizada de Vitória de Pirro.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.