Sem-terra invadem sede da Petrobrás no Rio
Por Kelly Lima, Nicola Pamplona e Roldão Arruda, no Estadão:Portando faixas com os dizeres “o petróleo é nosso” e espalhando adesivos do Movimento dos Sem-Terra (MST) pelas paredes, cerca de 150 pessoas ocuparam ontem o salão de entrada do edifício-sede da Petrobrás, no Rio. Protestavam contra a realização da 10ª Rodada de Licitações de áreas […]
Portando faixas com os dizeres “o petróleo é nosso” e espalhando adesivos do Movimento dos Sem-Terra (MST) pelas paredes, cerca de 150 pessoas ocuparam ontem o salão de entrada do edifício-sede da Petrobrás, no Rio. Protestavam contra a realização da 10ª Rodada de Licitações de áreas exploratórias de petróleo e gás natural, que deve ser realizada a partir de hoje pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Os manifestantes, vestindo camisetas vermelhas, passaram o dia no local, anunciando que montariam uma vigília no local, só devendo sair após o cancelamento da rodada. No início da noite, porém, o juiz Leonardo de Castro Gomes, da 17ª Vara Cível do Rio, determinou que deixassem o edifício, pois estavam atrapalhando as atividades da estatal. Eles saíram pacificamente.
Segundo o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Francisco Soriano, o objetivo principal do ato seria proteger as riquezas brasileiras: “O governo já entregou muito de nossas reservas para estrangeiros a preço de banana.”
O ato teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do MST, sindicatos, entidades estudantis e outras organizações que integram a chamada campanha O Petróleo Tem Que Ser Nosso.
A direção da Petrobrás não recebeu os manifestantes e observou que a responsabilidade pelo leilão cabe à ANP. Para garantir o acesso dos funcionários à sede, a direção desviou o tráfego para os elevadores ao fundo do prédio. Ao mesmo tempo, policiais militares foram chamados para impedir a invasão de outras áreas do edifício.