Ah, que coisa! A Prefeitura, como vocês já devem saber, voltou atrás  e revogou a parte da portaria 183/2015 que proibia os motoristas de táxi de conversar com os passageiros sobre esportes, política e religião.

Denunciei o absurdo na TVeja, neste  neste blog, no programa programa “Os Pingos no Is” e no Jornal da Manhã, ambos da Jovem Pan.

Nesta quarta, Jilmar Tatto, secretário de Transportes da cidade, afirmou que a medida teve origem numa Câmara Temática, mas que “não cabe à prefeitura esse tipo de proibição”.

Ah, não cabe mesmo! Entre outros motivos, porque é inconstitucional, ferindo os Artigos 5º e 220 da Carta, que asseguram a liberdade de expressão. De resto, não eram apenas os direitos dos motoristas que estavam sendo violados; os dos passageiros também. Parece que, em matéria de autoritarismo, já basta o motorista ser proibido de vestir uma camiseta ou uma camisa estampada… Motoristas mulheres têm de usar tailleur. Tenham paciência! Dilma dirige (mal) o Brasil, no mais das vezes, de calça comprida, mas a condutora de um táxi tem de usar saia…

A exigência é ridícula, sim, mas, não inconstitucional. Já a mordaça que pretendiam impor aos motoristas fere uma cláusula pétrea da Constituição.

Tatto, como bom petista, revoga parte da portaria e finge que não tinha nada a ver com a censura. A decisão foi tomada um dia depois que pesquisa Ibope revelou que chega a 56% os que acham que Haddad faz uma gestão ruim ou péssimo. Apenas 13% a avaliam como ótimo ou bom.

Não me parece que, impondo a mordaça a mais de 30 mil motoristas, a situação do prefeito vá mudar. Ao contrário: piorou muito. Ando de táxi todos os dias. Ele não é muito popular no setor — aliás, em lugar nenhum.

Há uma sensação de fastio na cidade. E todos torcem para o mandato de Haddad acabar logo. Na entrevista concedida aos blogueiros de joelhos, Lula disse que vai ajudar a reelegê-lo. Taí um bom cabo eleitoral para afundar ainda mais a candidatura do prefeito a um segundo mandato.

Não adianta! Os petistas odeiam a liberdade de expressão. Mas a gente os mantém na casinha.