SARNEY, O ACADÊMICO DA CAMISETA, CELEBRA A ETIMOLOGIA
“As explicações do meu neto, pessoa extremamente qualificada com mestrado na Sorbonne e doutorado em Havard, são suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo”. A fala acima é do presidente do Senado, […]
“As explicações do meu neto, pessoa extremamente qualificada com mestrado na Sorbonne e doutorado em Havard, são suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo”.
A fala acima é do presidente do Senado, José Sarney, misturando, em trecho tão curto, alguns séculos de desmandos que tão bem caracterizam o Brasil, ora reciclados pelo lulo-petismo.
Se vocês não sabem, o neto do valente criou uma “empresa” para intermediar empréstimo consignado para funcionários do Senado. Neste tão vasto Brasil, aconteceu de a pessoa mais qualificada para fazê-lo ser justamente o… neto de Sarney. A palavra “nepotismo” deriva de “nepos”, no latim, que designa “neto”, mas também “sobrinho” — na verdade, toda a “parentaiada”. No italiano, “nipote” designa “neta” ou “neto”. A palavra entrou na nossa língua por intermédio do francês “népotisme”. Assim, em matéria de “nepotismo”, Sarney não faz por menos e inclui o neto mesmo.
Tá certo! Um acadêmico tem de respeitar a etimologia, não é mesmo? Seu fardão tem de ser aquela camiseta do Lobão.
Como se vê, a tese da “conspiração da mídia” agora está sendo usada também pela base aliada. Como Lula afirmou que Sarney não é um homem comum — e, convenham, é um avô incomuníssimo —, o velho oligarca aproveita o braço que lhe foi estendido pelo novo oligarca e busca se salvar.