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Reinaldo Azevedo

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Roda Viva 3 – Aparece o tema Gamecorp, mas Tereza Cruvinel vence o terceiro bloco da entrevista…

Paulo Markun pergunta se a campanha de Lula na TV não o coloca um pouco como profeta e guia, contrariando o que ele mesmo combatia antes. O Apedeuta diz que não apareceria se estivesse mal junto à opinião pública. “Não sou candidato do PT, mas de um leque de partidos que me apóia”. E por […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h06 - Publicado em 17 out 2006, 01h02
Paulo Markun pergunta se a campanha de Lula na TV não o coloca um pouco como profeta e guia, contrariando o que ele mesmo combatia antes. O Apedeuta diz que não apareceria se estivesse mal junto à opinião pública. “Não sou candidato do PT, mas de um leque de partidos que me apóia”. E por isso o PT não aparece tanto em sua campanha na TV. E convidou Markun a viajar com ele para ver as bandeiras nas ruas. “O que importa é o conteúdo do programa. E você há de convir que o nosso programa está infinitamente mais qualificado do que o de nosso adversário”.

Denise Rotembrug pergunta se houve acordo entre Lula e Alckmin para não se tocar nos vestidos de Dona Lu Alckmin e na Gamecorp, de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha. Ele se indignou. Disse que jamais tocará em problemas pessoais. Lourival Santana, do Estadão, lembrou que o caso da empresa de Lulinha diz respeito a uma empresa que é uma concessão pública. E Lula indagou, nervoso: “Que empresa pública? É uma empresa privada”. Mais ou menos. A Telemar é uma concessão, de que o BNDES é sócio. Tem dinheiro público lá, sim, senhor.

Ah, Cristiano Romero lembra a coisa certa. Pronto: o setor público é dono de quase 50% das ações da Telemar, entre o BNDES e fundos de pensão. Ainda que o negócio seja legal, não é imoral? Lula continua a não responder. E repete: “Tem alguma coisa errada?” A questão moral, ele ignora. “Eu não posso tomar as dores do meu filho. Se estiver errado, que pague. Mas não posso impedi-lo de trabalhar. A disputa política neste país é velhaca…”

Tereza Cruvinel dá uma espécie de pito em todo mundo e diz: “Vamos falar de po-lí-ti-ca”. Assim, escandindo as sílabas. Quer falar de reforma política. Lula estava se enrolando na questão da Gamecorp. Nada como ter alguém para lhe perguntar, como faz Cruvinel: “Qual a sua proposta para termos um novo modelo de Orçamento no país”. É isso aí. Não sei como Lula não avançou no pescoço dela por lhe ter proposto uma questão tão difícil…

Varejão
Lula começa a defender a reforma política: quer punição para quem usar caixa dois; quer mudar a lei da desincompatibilização etc. E Tereza continua impossível. O que ela está apertando Lula é um escândalo: “A reforma política é prioridade sua?” Lula diz que quer, terminado o processo eleitoral, chamar todo mundo (nem diz um “se eu for eleito”, hehe) para debater. Lula agora se diz parlamentarista (falarei disso mais tarde, leitor…). Fala da necessidade do aprendizado político… Agora faz digressões sobre a política italiana. Agora ele se diz favorável ao voto por lista. E Tereza segue implacável: “Mas e o Orçamento, presidente?” Ele diz ser contra ao sistema atual, mas também é contra o Orçamento impositivo. Ele quer mudar. Como? Não diz. E passa a defender as emendas individuais. Mas individuais elas já são hoje. Romero pergunta se a emenda de bancada não é melhor. Sim, ele acha melhor. Ou seja, ele acha melhor uma coisa e também o seu contrário.

Cruvinel conseguiu. Ela interrompeu o único momento em que Lula realmente passaria apertado. Agora ele faz o elogio da Controladoria Geral da União. Esse bloco do Roda Viva foi vencido por Cruvinel.

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