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Realidade política de Tocantins leva Kátia Abreu a migrar do PSD para o PMDB. Ou: PMDB ficará eternamente na zona de conforto?

A senadora Kátia Abreu (TO), também presidente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil), deixou o PSD e migrou para o PMDB. Na raiz da mudança, há uma questão regional, muito mais importante nas siglas nacionais do que se supõe à primeira vista. Comecemos pelo essencial: embora não oficialmente, o PSD já […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h16 - Publicado em 3 out 2013, 20h37

A senadora Kátia Abreu (TO), também presidente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil), deixou o PSD e migrou para o PMDB. Na raiz da mudança, há uma questão regional, muito mais importante nas siglas nacionais do que se supõe à primeira vista. Comecemos pelo essencial: embora não oficialmente, o PSD já pertence à base do governo e vai caminhar na disputa de 2014 com Dilma Rousseff. Não há a menor possibilidade, a mais remota, de não ser assim. Desse ponto de vista, pois, nada muda: Kátia migra de um partido, na prática, da base para outro da base. Por que a troca?

A senadora tinha um aliado no atual governo de Tocantins: João Oliveira, o vice, que preside o PSD local. Este fez, no entanto, um acordo com o governador Siqueira Campos (PSDB), que quer fazer Siqueirinha (Eduardo Siqueira Campos), seu filho, o seu sucessor. Na política local, conservado esse status, isso significaria, de saída, que o nome de Kátia estaria excluído da disputa estadual; a depender do arranjo, até mesmo a disputa pela reeleição ao Senado — caminho que ela deve seguir — poderia estar ameaçada.

Kátia decidiu, então, sair do partido e migrar para o PMDB. A solução foi negociada com Gilberto Kassab. O deputado federal Irajá Abreu, filho da senadora, deve assumir o comando do PSD local. Assim, deve-se entender que o acordo de João Oliveira, o vice, com o governador não conta com o endosso do comando nacional do partido. A migração da senadora para o PMDB tem o apoio de membros da cúpula do partido, como o vice-presidente Michel Temer. Mas também gera a reação negativa da ala da legenda sob a influência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do partido na Câmara. Geddel Vieira Lima, hoje um dos vice-presidente da Caixa Econômica Federal, é outro dos inconformados. Qual é o busílis?

Há o temor de que Kátia Abreu assuma o Ministério da Agricultura. E por que isso não seria do agrado de Cunha? Reportagem do Valor Econômico de 18 de setembro explica:
“Nos primeiros cinco meses de gestão do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, foram contratados 92 servidores para ocupar cargos de confiança na sede da Pasta. Este número representa cerca de 10% do total de comissionados contratados antes da posse do ministro em março. O PMDB, partido de Andrade, tem indicado as nomeações e substituído quadros técnicos. Uma série de ofícios aos quais o Valor teve acesso mostra que o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), foi diretamente responsável por boa parte das indicações. Por meio do próprio site do ministério, é possível localizar documentos enviados em nome de Cunha com recomendações de nomes políticos para cargos técnicos de chefia.”

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Mas vai ser?
Mas Kátia vai ser ministra? A interlocutores, ele assegura que não. Nega que tenha sido convidada por Dilma Rousseff (embora ninguém acredite muito nisso), diz que não aceitaria, se fosse, porque não apoiou a eleição da presidente em 2010 e expressa o desejo de se candidatar à reeleição ao Senado. No PMDB, caso resolva pendências legais, o candidato ao governo do Estado deve ser mesmo o ex-governador Marcelo Miranda. Nessa hipótese, Kátia disputa a reeleição ao Senado.

O futuro
Vocês sabem o que eu penso sobre a salada ideológica vigente na política brasileira. Uma liderança como Kátia Abreu, em circunstâncias um pouco mais convencionais (não fosse a jabuticaba brasileira, em que todo mundo é de centro-esquerda…), seria pensada como alternativa de poder. No PSD, não vejo como isso possa acontecer um dia, ainda que ela queira. No PMDB, a coisa pode mudar um pouco de figura. Haverá o dia em que esse partido decidirá disputar, com um titular, a Presidência da República ou jamais sairá da zona de conforto, que lhe garante um lugar permanente no governismo, qualquer que seja o presidente?

Se, um dia, decidir dar um voo compatível com o seu tamanho, Kátia pode ser uma alternativa. Mas esse futuro, se existir, ainda está um pouco distante.

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