Quase mando uma cesta básica para o neto de Sarney…
Ah, sim! Quando Heráclito Fortes sugeriu que o parentesco com Sarney até atrapalhou a vida do neto, gênio das finanças, fui tomado por aquela generosidade cristã que me assalta nessas horas. Chamei Dona Reinalda e disse: “Precisamos enviar uma cesta básica pra essa rapaz! Ninguém merece sofrer tanto!” E, claro, cabe a pergunta: por que […]
Ah, sim! Quando Heráclito Fortes sugeriu que o parentesco com Sarney até atrapalhou a vida do neto, gênio das finanças, fui tomado por aquela generosidade cristã que me assalta nessas horas. Chamei Dona Reinalda e disse: “Precisamos enviar uma cesta básica pra essa rapaz! Ninguém merece sofrer tanto!”
E, claro, cabe a pergunta: por que o competentíssimo neto de Sarney, com Sorbonne e Harvard no currículo, não vai disputar um lugar no mercado, em vez de escolher o cartório onde o avô tem uma espécie de chefia vitalícia, esteja ou não na Presidência?
As corretoras e os bancos estão sempre à procura desses grandes gênios, não é mesmo? Desses meninos que sabem como fazer dinheiro do quase nada, que conhecem a cotação dos minérios “desconhecidos que ninguém conhece” (como diria o pessoal do Casseta & Planeta) lá dos Cafundós do Judas. Ademais, com um currículo desses, mais o sobrenome, que banqueiro rejeitaria emprego ao rapaz?
Mas não! O cartório é mais fácil, não é? Estivesse ele ocupando alguma função técnica em algum órgão público, seria mais aceitável. Se tivesse entrado, então, por concurso, seria a glória: teria se comportado como um “homem comum” mesmo sendo neto de um “homem incomum”.
Não vou mandar cesta, não! Senador Heráclito, troque o neto de Sarney por uma criança pobre…