PT e PMDB firmam pré-acordo para as eleições de 2010
Por Gerson Camarotti e Cristiane Jungblut, no Globo Online: Em jantar na noite desta terça-feira no Palácio da Alvorada, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, líderes do PT e do PMDB formalizaram um pré-acordo para a eleição de 2010. O […]
Por Gerson Camarotti e Cristiane Jungblut, no Globo Online:
Em jantar na noite desta terça-feira no Palácio da Alvorada, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, líderes do PT e do PMDB formalizaram um pré-acordo para a eleição de 2010. O PMDB indicará o candidato a candidato a vice e ainda terá direito de participar da coordenação de campanha e de elaborar o programa de governo. Pelo acordo, os dois partidos terão de discutir juntos divergências regionais que possam atrapalhar a aliança.
Nesta quarta-feira, o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), e o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vão divulgar uma nota oficializando o acordo, que ainda terá de ser submetido às convenções dos dois partidos. Com a ameaça de fortalecimento da ala oposicionista do partido, a cúpula do PMDB foi ao encontro de Lula no jantar para reforçar a estratégia de tentar debelar o movimento de apoio à candidatura tucana. Esse foi o argumento usado pelo PMDB para conseguir antecipadamente de Lula a garantia de vaga de vice na chapa encabeçada por Dilma.
“Temos de prestar atenção nas questões regionais”
Em entrevista na porta do Alvorada, após o jantar, Temer, que é o mais cotado para ser o candidato a vice de Dilma, disse que não ficou acertado o nome do peemedebista na chapa.
– Está sendo firmado um compromisso sólido, mas evidentemente teremos de prestar atenção nas questões regionais. O nome (do candidato a vice) será fruto das circunstâncias políticas a serem definidas no ano que vem – disse Temer.
Temer avaliou que “seria mais útil” uma coalização dos vários partidos que compõem atualmente a base de apoio ao governo Lula.
– Seria útil que se tivesse um bloco com uma candidatura e mais um bloco com outra. Seria útil para os costumes políticos do país – afirmou.
Apesar de dizer que a posição definitiva em relação a aliança para as eleições presidenciais de 2010 só será anunciada depois das conversas com as representações dos partidos nos estados, Temer descartou a possibilidade de que a união entre PT e PMDB não ocorra.
– Não acredito (que o acordo não será oficializado), mas, evidentemente, temos que prestar atenção às questões regionais – disse Temer, destacando que os partidos estarão juntos, inclusive, para a formulação do programa de governo da chapa.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que a aliança representa “o acúmulo político desse três últimos anos de governo do presidente Lula com uma coalização mais consistente e programática”. Segundo ele, a ideia é ter o PT e o PMDB como cabeça de chapa, mas agregando os diversos partidos que hoje apoiam o governo.
– Destacamos desde já que a chapa majoritária tem a composição do PT e do PMDB, que definimos como a representação dos dois maiores partidos que sustentam o governo Lula e que pretendemos que sustente a candidatura da ministra Dilma Rousseff – disse.
Berzoini informou ainda que os detalhes do pré-acordo serão divulgados na manhã desta quarta-feira e tratarão das formas de ampliar as alianças e as composições nos estados e os movimentos políticos até 2010.
Antes do jantar, chegou-se a noticiar que o PMDB tinha desistido de apresentar um documento reivindicando participação na coordenação de campanha de Dilma. Mas o presidente Lula acabou avalizando um acordo em que os peemedebistas ganharão mais influência na eleição. O PMDB só quer decidir quem será o candidato a vice no ano que vem, com o cenário da disputa presidencial mais consolidado.
– Esse encontro serve como um pré-compromisso entre PT e PMDB – disse, antes do jantar, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).
– Esse acordo é um sinal para o PMDB de todo o país, para mostrar que estamos trabalhando juntos para fechar essa aliança. E devemos formalizar uma coordenação conjunta PT-PMDB, para cuidar da campanha – confirmou Berzoini.