Procurador diz que é absurdo anular provas contra Dantas
Por Lilian Christofoletti, na Folha:O procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso Satiagraha, afirmou que é absurdo falar em nulidade de provas no inquérito que apura supostos crimes financeiros praticados pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.“Toda a investigação teve autorização da Justiça Federal. Nenhuma prova foi colhida de forma irregular”, disse De Grandis, […]
O procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso Satiagraha, afirmou que é absurdo falar em nulidade de provas no inquérito que apura supostos crimes financeiros praticados pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
“Toda a investigação teve autorização da Justiça Federal. Nenhuma prova foi colhida de forma irregular”, disse De Grandis, para quem o foco da discussão deveria ser o conteúdo da investigação, não os investigadores.
O delegado que chefiava o caso, Protógenes Queiroz, foi afastado pela cúpula da PF. E o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) estuda uma representação contra o juiz federal Fausto Martin De Sanctis, que autorizou as escutas telefônicas e decretou duas prisões de Dantas -ambas anuladas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.
Na última quarta-feira, um diretor da Abin (Agência Brasileira de Informação) disse, na CPI dos Grampos que 52 agentes participaram da Satiagraha, comandada pela PF. Para advogados ouvidos pela Folha na sexta-feira, tal participação provocaria a nulidade das provas obtidas por eles.
“Não tem nenhum sentido falar em nulidade das provas, é um absurdo. Todo o trabalho de investigação da PF foi feito com autorização da Justiça. É claro que isso é estratégia de defesa”, disse De Grandis.