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Por que esta moça ofende tanto certa canalha?

Vejam esta imagem: A figura acima se chama Roberta Kaufmann. Ela ofende certa súcia no país: é inteligente, é bem-sucedida, não é de esquerda, é mulher, é bonita e, ainda por cima, é loura! Enfeixa um conjunto de características que a deixa pronta para ser agredida pela patrulha dos boçais. É aquela procuradora de justiça […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h25 - Publicado em 6 jul 2011, 17h15

Vejam esta imagem:

roberta-kaufmannA figura acima se chama Roberta Kaufmann. Ela ofende certa súcia no país: é inteligente, é bem-sucedida, não é de esquerda, é mulher, é bonita e, ainda por cima, é loura! Enfeixa um conjunto de características que a deixa pronta para ser agredida pela patrulha dos boçais. É aquela procuradora de justiça que foi covardemente hostilizada na Universidade de Brasília, cercada, ameaçada de agressão. José Geraldo, o reitor achado na rua, lamentou, mas achou tudo normal. Segundo disse, Lula e ele pr��prio já foram vaiados… Se eles podem, por que não ela?  Roberta enviou ao blog o seguinte comentário:

Caro Reinaldo,
Inicialmente, gostaria de agradecer pelo apoio contra a intolerância da qual tenho sido vítima, a despeito de alguns quererem minimizá-la sob o argumento da liberdade de expressão. Não custa relembrar que em nosso Direito Constitucional não há espaço para o chamado “Discurso de ódio”, quando se busca legitimar a violência. O fato é que sempre falei sobre cotas raciais com o maior respeito em relação às pessoas que pensam de modo diferente, mesmo porque acredito que muitas são a favor das cotas porque entendem que assim o racismo existente no Brasil será, de alguma forma, atenuado. Nada mais falso! Tais pessoas têm dificuldade para compreender que não há racismo bom! Não há racismo “politicamente correto”. Todo racismo é perverso e deve ser evitado.

A revista não mencionou, mas, além de “loira filha da puta”, ainda houve outra agressão estampada em meu carro:  “O mérito é burrice e você é a maior prova disso”. Isto porque havia sido aprovada em primeiro lugar para o mestrado da UnB e terminei a graduação na Universidade Federal de Pernambuco como aluna laureada, com média de 9,5 ao final do curso de Direito.

Depois dessa história, ingressei com uma ação no Supremo Tribunal Federal (ADPF186) contra as cotas raciais na UnB, como advogada voluntária do Partido Democratas. Fui então convocada pelo ministro relator Ricardo Lewandowski para participar de uma Audiência Pública sobre o tema. Ao fim da minha participação, entretanto, não pude ir embora. O Chefe da Segurança do STF me impediu, pois havia um grupo enorme de pessoas querendo me “cercar”. Fui, então, escoltada ao Gabinete do ministro relator, local em que permaneci por diversas horas, até dissipar o “movimento”.

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Obviamente, nenhuma liberdade de expressão legitima a violência!  Mas muitos ainda ousam afirmar que a defesa das cotas raciais não traz consigo o gérmen da intolerância. O fato é que não consigo ficar calada quando observo que, a 500 metros do STF, foi instaurado, em pleno século 21, um ” Tribunal Racial”, de composição secreta e que, com base em critérios secretos, objetiva dizer quem é branco e quem é negro no Brasil. É assim que a UnB procura legitimar suas cotas raciais sem qualquer recorte de renda.

Por favor, se possível, divulgue o blog que administro contra a racialização do Brasil: www.noracebr.blogspot.com

Muito obrigada,
Roberta

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