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Reinaldo Azevedo

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Polícia do Rio – Delegado procurado pela PF se entrega; 27 policiais são presos

Vocês certamente já leram o que vai abaixo, mas deixo aqui o registro. E comento no post seguinte: Da Folha Online: O ex-subchefe da Polícia Civil do Rio Carlos Antônio Luiz Oliveira se entregou na tarde desta sexta-feira à PF (Polícia Federal). Ele estava foragido desde o início do dia, quando foi desencadeada a Operação […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h51 - Publicado em 11 fev 2011, 20h46

Vocês certamente já leram o que vai abaixo, mas deixo aqui o registro. E comento no post seguinte:

Da Folha Online:
O ex-subchefe da Polícia Civil do Rio Carlos Antônio Luiz Oliveira se entregou na tarde desta sexta-feira à PF (Polícia Federal). Ele estava foragido desde o início do dia, quando foi desencadeada a Operação Guilhotina, que cumpre mandados de prisão contra 45 pessoas suspeitas de envolvimento com traficantes e com milícias –são 35 presos, entre eles 27 policiais.

Oliveira, que era atualmente subsecretário da Secretaria Especial de Ordem Pública da Prefeitura do Rio – cargo do qual foi exonerado – é acusado de envolvimento com uma milícia que comanda a favela Roquete Pinto, na zona norte do Rio. Essa milícia teria participado do desvio de armas apreendidas no Complexo do Alemão, ocupado por uma megaoperação policial e militar no fim do ano passado.

Com a prisão de Oliveira, já foram cumpridos 35 dos 45 mandados de prisão expedidos. Foram detidos 19 policiais militares, oito policiais civis e oito não policiais. A delegada Márcia Becker, titular da 22ª Delegacia de Polícia Civil, na Penha (zona norte), é outra policial detida. Ela foi conduzida na manhã de hoje à sede da Polícia Federal devido à suspeita de que ela tenha protegido um inspetor com prisão decretada na operação.

O inspetor Cristiano Gaspar Fernandes, que seria filho do chefe de uma milícia, telefonou para a delegada quando ocorria busca e apreensão na delegacia. O chefe de milícia é Ricardo Afonso Fernandes e atua em Ramos, zona norte do Rio. Cristiano, lotado na 22ª, supostamente pediu para Becker mentir que ele estava de férias. A suspeita é que a delegada tenha concordado, segundo uma fonte da PF, favorecendo dessa forma o inspetor.

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Busca
Policiais também procuram corpos em áreas próximas à favela Roquete Pinto, em Ramos, zona norte do Rio. A comunidade é dominada pela milícia da qual fazem parte 21 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada. Os corpos teriam sido desovados pelos milicianos no entorno da favela. Eles concentram as buscas no Iate Clube de Ramos e no piscinão de Ramos.

No Iate Clube, mergulhadores vasculham as proximidades do píer, onde corpos teriam sido jogados. Já no piscinão, uma escavadeira do Bope está sendo utilizada em busca de corpos que teriam sido enterrados no local.

Investigação
Segundo a PF, os policiais se dividiam em quatro organizações : duas atuavam no fornecimento de armas e munições a traficantes de drogas; uma terceira estaria ligada a atividades de milícias que atuam em comunidades do Rio e também fornecia armas e munições ao tráfico; e outra faria segurança privada de grupos criminosos.

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De acordo com o Ministério Público Estadual, que instaurou inquérito para apurar a conduta de policiais, a suspeita é que eles também se apropriavam de bens e valores confiscados em apreensões da polícia.

As investigações que levaram à operação tiveram início durante uma ação policial, ocorrida em 2009, que era conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé –denominada Operação Paralelo 22, que tinha o objetivo prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, conhecido como Roupinol, que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante Antônio Francisco Lopes, o Nem.

A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio e outra da Superintendência da Polícia Federal no Rio. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto de hoje.

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O objetivo da ação desta sexta-feira é “dar fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais –civis e militares– e informantes envolvidos com o tráfico ilícito de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho) e venda de informações sigilosas”.

As forças estaduais destacaram 200 homens, além de dois helicópteros e quatro lanchas. As equipes da Polícia Federal empregam um efetivo de 380 homens.

Repercussão
O chefe da Polícia Civil do Rio, Allan Turnoswki, prestou depoimento à Polícia Federal na manhã de hoje. O superintendente da PF, Angelo Gioia, disse que ele foi ouvido como testemunha. Enquanto Turnoswki prestava declaração à Polícia Federal, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, concedia entrevista à imprensa sobre a operação um andar acima, no mesmo prédio. “O doutor Allan goza da minha confiança. Como chefe da instituição tem algumas informações a prestar. Não vou fazer juízos de valor”, afirmou Beltrame sobre o fato de Turnowski estar sendo ouvido.

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A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Rio) criticou a condução da Operação Guilhotina, que desarticulou quadrilhas formadas por policiais ligados a traficantes e milícias. Em nota, o presidente da entidade, Wladimir Reale, disse que houve abuso de poder, com adoção de método “espetaculoso” nas diligências da operação.

“Tudo devia ser feito com base no devido processo legal e amplo direito de defesa, como prevê a Constituição, e não de uma forma arbitrária, humilhando policiais e manchando a imagem da instituição”, afirmou.

Para Reale, houve mobilização excessiva de agentes, invasão de delegacias, revistas infrutíferas e prisões ilegais de policiais com trabalho e endereço certo. O representante dos delegados protestou especialmente contra o secretário de segurança pública do Rio, José Beltrame.

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