Podcast do Diogo, o último – “Adeus, pessoas estranhas”
Este é meu último podcast. O primeiro foi em setembro de 2006. Durou tudo isso: dois anos e dez meses. Era para ter durado apenas dez semanas. O que aconteceu de lá para cá? Número 1: aprendi o que era podcast. Nada muito esotérico: um comentário recitado, de dois minutos e meio, com minha voz […]
Este é meu último podcast. O primeiro foi em setembro de 2006. Durou tudo isso: dois anos e dez meses. Era para ter durado apenas dez semanas. O que aconteceu de lá para cá?
Número 1: aprendi o que era podcast. Nada muito esotérico: um comentário recitado, de dois minutos e meio, com minha voz anasalada, com meu tom enfadonho. Em geral, um suplemento à coluna publicada na mesma semana, nas páginas de VEJA.
Número 2: o podcast deu certo. Algumas pessoas, estranhamente, se dispuseram a ouvi-lo. Eu sou grato a essas estranhas pessoas.
Número 3: o podcast, da primeira à última semana, soube atrair uma série de patrocinadores. Só um deles se assustou com o conteúdo de meu trabalho e, arrependido, pulou fora antes de acabar o contrato. Comicamente, era uma companhia de seguros, acostumada a correr riscos.
Número 4: a internet matou a imprensa. E eu, estupidamente, escolhi renunciar à internet, permanecendo no corpo carcomido da imprensa. Como um verme.
Dois meses atrás, a editora Record me ofereceu um adiantamento para fazer um ensaio sobre o assunto que mais me interessa: paralisia cerebral. Decidi aceitar. A idéia é misturar depoimento pessoal com reportagem. Por isso estou abandonando o podcast: porque preciso de tempo para poder me dedicar ao projeto. Aqui