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Pichadora da Bienal é detida por tentativa de furto em SP. Não me digam!

Leiam esta. Volto em seguida. Por Ricardo Valota, no Estadão On Line:Sob a acusação de tentativa de furto, a pichadora Caroline Pivetta da Mota, 24 anos, e duas colegas foram detidas, às 17h50 de quinta-feira, 22, quando deixavam o interior de uma das duas unidades das Lojas Americanas na região do Itaim Bibi, zona sul […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h17 - Publicado em 23 jan 2009, 06h41
Leiam esta. Volto em seguida. Por Ricardo Valota, no Estadão On Line:
Sob a acusação de tentativa de furto, a pichadora Caroline Pivetta da Mota, 24 anos, e duas colegas foram detidas, às 17h50 de quinta-feira, 22, quando deixavam o interior de uma das duas unidades das Lojas Americanas na região do Itaim Bibi, zona sul da capital paulista.
Segundo o advogado Augusto de Arruda Botelho, uma das amigas de sua cliente teria colocado um DVD na bolsa, mas desistiu de prosseguir no furto e foi embora, abandonado a bolsa com o DVD no estabelecimento. O furto, segundo Botelho, não teria se caracterizado. Ele afirma que ocorreu um ‘arrependimento eficaz’.
A delegada do 15º Distrito Policial, do Itaim Bibi, não concordou com a versão do advogado e autuou as três jovens em flagrante. Caroline já está presa e será encaminhada nesta manhã de sexta-feira para um Centro de Detenção Provisória (CDP).
Bienal
Em 26 de outubro de 2008, em um caso que ganhou repercussão nacional, Caroline foi detida em flagrante pichando o “andar vazio” da 28ª Edição da Bienal de São Paulo, no Parque do Ibirapuera. Ela ficou presa por 53 dias na Penitenciária Feminina de Sant’anna, de onde saiu no dia 19 de dezembro após o TJ-SP reconsiderar pedido de habeas corpus feito pela defesa de Caroline.

ComentoEssa moça fez tanto sucesso, que, num programa de entrevistas, até o presidente do STF foi, como direi?, posto contra a parede — como se a responsabilidade pela prisão, então, fosse do ministro e como se ela não estivesse presa por justos motivos. Houve uma verdadeira comoção dos politicamente coretos e esquerdistas avulsos. O ministro da Cultura se manifestou. O dos Direitos Humanos também. Indagava-se: “Como pode Daniel Dantas estar solto, e a pichadora, presa? Escrevi alguns textos sobre o assunto. Sugeri, então, criar a “moeda DD dos delitos”. Crimes abaixo de alguns bilhões ficariam impunes…

Quando a moça saiu da cadeia, caiu na gargalhada. Mas sejamos justos: ela não prometeu se emendar. Era uma celebridade. Os mais ousados resolveram fazer ensaios sobre arte na rua. Caroline é irrelevante? É. Suas transgressões são banais? Banalíssimas. O que não muda é o fascínio dos ditos bem-pensantes pelo crime, grande ou pequeno. Só uma coisa pode danar o criminoso no país: a suposição de que ele é, como todo ladrão ou vigarista, um egoísta. Aí, não. Aí os descolados não o perdoam.

É preciso cometer o crime com alguma causa — ou, no extremo da pós-modernidade, sem causa nenhuma. Só para, como disseram sobre Caroline, dar um grito: “Eu existo”. Divirtam-se, leitores, recuperando os textos do colunismo bocó que fez de Caroline uma heroína.

No meu pessimismo sombrio, digo que há muita coisa que não presta no país. Mas nada é tão ruim quanto o jornalismo ruim. E, bem, à época, também achei que havia injustiça na sua prisão. “Por que só ela?”, quis saber. Por que não pôr todos os pichadores na cadeia? Vocês sabem, sou um reaça incorrigível.

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