PGR pede ao Supremo investigação sobre movimentação de R$ 5,7 milhões por Renan
Caso tramita em segredo de Justiça e tem relação com a denúncia existente na Corte sobre recebimento de propina para pagamento de despesas pessoais em troca de emendas parlamentares
Na VEJA.com:
Em novo pedido de abertura de inquérito encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República quer investigar uma movimentação financeira de 5,7 milhões de reais ligada ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), supostamente incompatível com a renda do parlamentar.
A solicitação da nova investigação, desta vez sobre a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, foi encaminhada à Corte na última sexta-feira. A movimentação financeira foi identificada no curso da investigação sobre suspeita de recebimento de propina pelo parlamentar para pagar despesas pessoais, especificamente a pensão de uma filha fruto de um relacionamento extraconjugal de Renan com a jornalista Monica Veloso.
Revelado por VEJA, o caso relacionado à pensão, em trâmite no STF desde 2007, já foi motivo de oferecimento de denúncia pela PGR ao Tribunal. A PGR acusa Renan de receber dinheiro e ter despesas pessoais pegas pela construtora Mendes Júnior em troca de emendas parlamentares que beneficiavam a empreiteira.
Na ocasião, para comprovar um ganho de 1,9 milhão de reais, Renan apresentou recibos de venda de gado em Alagoas ao Conselho de Ética do Senado. A suspeita de investigadores é de que as notas sejam frias. Ele foi acusado por uso de documento falso, falsificação de documentos e peculato referente ao escândalo.
O ministro, no entanto, encaminhou o caso à presidência do Tribunal para redistribuição. O processo ficará a cargo do ministro Dias Toffoli. O pedido de abertura de inquérito tramita em segredo de justiça na Corte.
A denúncia oferecida pela PGR em 2013 havia sido pautada, no início do mês, para julgamento pelo plenário do STF. Na última sexta-feira, no entanto, Fachin retirou o caso de pauta após apresentação de uma manifestação pela defesa do peemedebista alegando uma falha processual. Ainda não há data prevista para o julgamento do caso pelo plenário, ocasião em que os ministros terão que decidir se Renan Calheiros deve se tornar réu em ação penal na Corte.
O presidente do Senado também é investigado no Supremo em mais seis inquéritos no âmbito da Lava Jato por suposto recebimento ilegal de recursos oriundos de contratos com a Petrobras.