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Petrobras quer mais 4 refinarias até 2015

Por Valdo Cruz e Humberto Medina, na Folha: O Brasil deverá se tornar auto-suficiente na produção de derivados de petróleo a partir de 2015, com a construção de mais quatro novas refinarias -duas em curso e outras duas em estudo, elevando o total de unidades no Brasil para 15.“Se nós tivermos essas [15] refinarias em […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 20h49 - Publicado em 23 Maio 2008, 07h23
Por Valdo Cruz e Humberto Medina, na Folha:
O Brasil deverá se tornar auto-suficiente na produção de derivados de petróleo a partir de 2015, com a construção de mais quatro novas refinarias -duas em curso e outras duas em estudo, elevando o total de unidades no Brasil para 15.
“Se nós tivermos essas [15] refinarias em 2015, seremos provavelmente auto-suficientes”, disse à Folha o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, 58. Segundo ele, a capacidade de refino deverá passar de 1,9 milhão de barris por dia para 3,6 milhões.
Hoje, o Brasil produz petróleo acima de suas necessidades, mas de um tipo pesado, que não gera a gasolina e o diesel suficientes para atender à demanda interna, obrigando a empresa a importá-los, o que reduz o saldo comercial.
Uma delas, confirmou Gabrielli, deve ser no Maranhão, terra do atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a quem a estatal está ligada. Ele diz, porém, que é “uma coincidência positiva” a escolha do Estado do ministro. Quanto à quarta refinaria, diz que ainda não haveria definição.
Petista, professor da Universidade Federal da Bahia, Gabrielli avalia que o preço do petróleo vai se manter elevado pelos próximos quatro a cinco anos, variando entre US$ 80 e US$ 120 o barril. “É uma realidade definitiva”, diz ele.
Segundo Gabrielli, a estatal não tem outro caminho senão continuar investindo na Bolívia, apesar da instabilidade no vizinho. “A Bolívia representa hoje 50% da oferta de gás no Brasil. Você quer parar São Paulo? Nós não queremos também; então precisamos do gás da Bolívia.”
Para Gabrielli, não houve interferência política no reajuste dos combustíveis, que ficou quase três anos congelado apesar da forte alta do petróleo: “É importante discutir com o governo os impactos macroeconômicos”, defendeu. A seguir, trechos da entrevista na última terça-feira em seu gabinete, em Brasília, antes de a estatal confirmar nova descoberta na bacia de Santos.

FOLHA – O presidente Lula disse há poucos dias que, em breve, haverá eleição direta para presidente da Petrobras e ele indicaria o novo presidente do país, tentando dimensionar a importância da estatal no futuro. Que futuro é esse?JOSÉ SERGIO GABRIELLI – Nós somos uma empresa que tem, talvez, uma perspectiva de crescimento da produção de petróleo e de gás maior do que a de todas as empresas do mundo. Isso antes das descobertas que fizemos nas áreas de Tupi, do pré-sal. Mais importante que o crescimento da produção de petróleo é que nós temos a perspectiva de crescer no refino, estamos construindo neste momento duas refinarias [Comperj e Abreu Lima] e podemos construir uma terceira e uma quarta refinarias até 2015. Teremos 15, hoje temos 11.

FOLHA – Quais são essas novas?
GABRIELLI –
Estão em construção a refinaria de Pernambuco, o Comperj (RJ), uma refinaria petroquímica, e estamos fechando os estudos de uma refinaria premium, provavelmente no Maranhão. Uma refinaria para a produção de diesel de alta qualidade, gasolina de altíssima qualidade, voltada mais para a exportação, aproveitando a localização para exportar para Estados Unidos e Europa.

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