Pesquisas, bobagens, ascensão e queda

Pronto. Confirmado. Segundo o Datafolha, Lula, do PT, tem 57% das intenções de votos, contra 51% no dia 11 e 50% no dia 6. O tucano Geraldo Alckmin está com 38%, contra 40% na pesquisa anterior e 43% no dia 6. No que diz respeito aos votos válidos, Lula avançou de 54% para 56% e 60%. Alckmin regrediu de 46% para 44% e, agora, 40%. Eu vou reiterar: é uma burrice, uma tolice, uma manifestação de ignorância atacar o Datafolha. Assim como veto petralhas, também vou vetar a agressão gratuita a gente séria. Se a pesquisa estiver errada, o que não creio, trata-se de um erro não doloso. Basta ver o histórico do Datafolha: mais acertou do que errou. Deixem para os petralhas o hábito de atacar a honra de pessoas honestas.

Eu já lhe disse: a fonte que mais consulto é a lógica. Esse resultado é compatível com o andamento da campanha. Enquanto escrevo, vejo a campanha de Alckmin. A primeira parte dela seria boa para elegê-lo prefeito, com seus restaurantes bom prato. Agora muda o tom: vem a crítica, feita por um locutor. E Lula é confrontado com suas incoerências e inverdades. Por que só agora? É uma campanha que vive em permanente descompasso com a realidade.

Encerrado o horário de Alckmin, entra o de Lula. Sem indicar na TV o nome da coligação, o que é ilegal, acusam os tucanos de terem privatizado o “patrimônio do povo”. Depois das mentiras contadas pelo PT sobre a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil etc, hoje era o dia de a campanha de Alckmin ter entrado, sim, no mérito das privatizações, mostrando o bem que elas fizeram ao Brasil, evidenciando que Lula, ao se opor à privatização da Telebrás, defendia telefone para os ricos. Em vez disso, o PSDB e Alckmin ficaram numa ridícula posição defensiva, refém da agenda do petismo, assinando documentos para atrair o… PDT!!!

Não! Não há nada de errado com o Datafolha. As urnas refletem, de um lado, o mau-caratismo de quem não tem receio de mentir, de trapacear, de recorrer aos métodos os mais escusos; de outro, a falta de clareza e de sintonia com o debate político. Quem não quer Lula — e eu não quero — tem de começar a reconhecer os erros dos parceiros de jornada. Ou o PT vai crescer à sombra de nossa própria estupidez, de nossa própria ignorância.

Jogar a toalha? Nem pensar. A luta está apenas começando. E eu posso lhes garantir que os petistas ficarão com ódio ao ler a Folha de S. Paulo de amanhã. E mais espantados ficarão os que andaram abribuindo nota 10 de comportamento a Freud Godoy. Lula vai ser eleito? Tudo indica que sim. Lula termina o segundo mandato? É razoável apostar que não.