Paulinho na teia
Por Felipe Recondo, no Estadão On Line. Volto depois:O procurador geral da República, Antonio Fernando Souza, solicitou nesta quarta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar o deputado Paulo Pereira de Souza (PDT-SP), o Paulinho da Força, por suspeita de participação em desvios de empréstimos do BNDES.Antônio Fernando Souza havia recebido, […]
O procurador geral da República, Antonio Fernando Souza, solicitou nesta quarta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar o deputado Paulo Pereira de Souza (PDT-SP), o Paulinho da Força, por suspeita de participação em desvios de empréstimos do BNDES.
Antônio Fernando Souza havia recebido, na sexta-feira passada, a documentação do Ministério Público em São Paulo sobre as investigações. A iniciativa significa, na prática, que o parlamentar passa a ser investigado pela Procuradoria Geral da República. Como se trata de deputado federal no exercício do mandato, o foro para a denúncia é o STF.
Paulo Pereira da Silva está sendo acusado de falta de decoro parlamentar em parecer do corregedor da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PR-PE). Com isso, terá o pedido de cassação do mandato julgado no Conselho de Ética da Casa.
ComentoA situação de Paulinho se complica dia após dia. Todos os que se inteiram das informações colhidas pela PF vão firmando a convicção de que ele está envolvido com a máfia que cobrava um pedágio por verbas liberadas pelo BNDES. O homem está numa teia: quanto mais esperneia, mais se enrola.
O Conselho de Ética já recebeu duas representações contra Paulinho por quebra do decoro parlamentar: uma foi enviada pela Mesa Diretora da Casa, e outra, pelo PSOL. Num movimento atípico, Sérgio Moraes (PTB-RS), novo presidente do Conselho de Ética e também ele respondendo a três processos no STF, pediu prazo: “Eu pedi até 15 dias porque eu ainda não li o processo. Daqui a pouco, eu vou começar a ler. Logo que eu tiver a leitura concluída, eu vou convocar o conselho e então nós vamos tomar o passo seguinte”.
Uau! Quinze dias! Imaginem quando Moraes decidir ler Guerra e Paz…
Nesse prazo, Paulinho ainda pode renunciar. Se o Conselho acatar os pedidos, não pode mais. Esses 15 dias darão ao deputado, portanto, a oportunidade avaliar as suas chances e de “trabalhar” os deputados, tentando convencê-los de sua inocência.