Passe Livre? Lugar de delinquente é na cadeia ou na Fundação Casa
Um grupo de 500 vândalos fechou uma pista da Marginal Pinheiros, em São Paulo, contra o reajuste de, atenção, VINTE CENTAVOS na passagem de ônibus
Um grupo de 500 vândalos fechou uma pista da Marginal Pinheiros, em São Paulo, contra o reajuste de, atenção, VINTE CENTAVOS na passagem de ônibus. O preço estava congelado desde janeiro de 2011. Vendo a cara e a roupa da tigrada, a esmagadora maioria tem carteirinha de estudante e paga, pois, a metade disso. Eles se querem representantes de um tal movimento Passe Livre. Acho que isso quer dizer condução de graça. Como alguém sempre paga e como muitos desses vagabundos não trabalham, os burguesotes, fingindo-se de comunas, querem que os trabalhadores arquem com o custo de sua boa vida.
Leitores me mandam mensagens de Facebook impressionantes.
Notem bem! Ainda que se considerasse o valor cheio, os 40 centavos a mais (estou levando em conta ida e volta) resultariam, ao fim de um mês, em desembolso extra de R$ 8,80. Como estudantes só pagam a metade, estamos falando de… R$ 4,40! Não dá para tomar uma cerveja na balada com esse valor. Seriam necessários quase 137 meses — MAIS DE ONZE ANOS — para que pudessem comprar os tênis de R$ 600 que muitos exibem. É piada! É brincadeira.
No começo de 2011, escrevi bastante sobre esse tal “Movimento Passe Livre” — que contava, então, com ainda mais simpatia da imprensa do que agora. A razão era simples: em São Paulo, o prefeito era Gilberto Kassab (na sua fase ainda pré-PT). Como ele era considerado “de direita” e como amplos setores do jornalismo são “progressistas”, esses bandidinhos de classe média que saem por aí infernizando a vida dos trabalhadores granjeavam simpatias. Um dos posts está aqui. Reproduzi, então, o credo do tal “Passe Livre”. Vale a pena reler.
O MPL não tem fim em si mesmo, deve ser um meio para a construção de uma outra sociedade. Da mesma forma, a luta pelo passe-livre estudantil não tem um fim em si mesma. Ela é o instrumento inicial de debate sobre a transformação da atual concepção de transporte coletivo urbano, rechaçando a concepção mercadológica de transporte e abrindo a luta por um transporte público, gratuito e de qualidade, como direito para o conjunto da sociedade; por um transporte coletivo fora da iniciativa privada, sob controle público (dos trabalhadores e usuários).
O MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos trabalhadores e da população. Assim, deve-se construir o MPL com reivindicações que ultrapassem os limites do capitalismo, vindo a se somar a movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente. Portanto, deve-se participar de espaços que possibilitem a articulação com outros movimentos, sempre analisando o que é possível fazer de acordo com a conjuntura local.
Voltei
Como se pode ver acima, o Movimento Passe Livre quer usar a questão do transporte público para “superar os limites do capitalismo”. Uau! É evidente que alguns bobocas de extrema esquerda — sustentados, obviamente, por pais que trabalham — estão metidos em mobilizações dessa natureza. Basta ver algumas bandeiras. E há também os que não pensam nada nem querem nada. Buscam apenas “participar de alguma coisa”. Em São Paulo, e deve ser assim Brasil afora, o petismo sempre flertou com essa gente, sempre apelou à sua mão-de-obra em disputas eleitorais.
Vejam estas intervenções, que vêm na sequência daquela enquete.
Como notam, um deles percebe que a atitude não é muito inteligente. Outro não liga e ainda quer radicalizar. Um terceiro não se importa nem mesmo em depredar a língua portuguesa…
Consequências
Esses bandidinhos precisam pagar por aquilo que fazem. E é preciso deixar claro quem está protestando na rua. Evidentemente, não é o povo, não são os trabalhadores. Estes preferem a paz e querem chegar logo às suas casas para descansar e ficar em companhia de suas respectivas famílias.
Lugar de bandido que depreda bens públicos e põe em risco a segurança de terceiros é, a depender da idade, a cadeia ou a Fundação Casa.