“Parem de ficar me acusando de ética, que saco! Isso só me cria problemas!”
É, camaradas, não é fácil, não! Este “polemista”, como definiu a repórter Nina Lemos, tem cada uma… Acho que vou aderir a um dos confortos de um ramo do colunismo. Em vez de tentar oferecer explicações, certas ou erradas (o risco é parte do jogo), também vou me dedicar a fazer só perguntas. É mais […]
É, camaradas, não é fácil, não!
Este “polemista”, como definiu a repórter Nina Lemos, tem cada uma… Acho que vou aderir a um dos confortos de um ramo do colunismo. Em vez de tentar oferecer explicações, certas ou erradas (o risco é parte do jogo), também vou me dedicar a fazer só perguntas. É mais fácil: “Será que isso, será que aquilo, e se for aquilo outro?” E pronto! Nada de certezas… Depois preciso fazer uma ligação: “E se eu só perguntar? Cai o salário?” Se cair, posso não, minha mulher não deixa, não…
Mais uma vez, faço aquele esforço de tentar enxergar o noticiário brasileiro segundo os olhos de um correspondente estrangeiro. Imaginem o sujeito lendo entrevistas de Dilma Rousseff — ou vendo-a na TV — a NEGAR (NOTEM BEM!) que esteja fazendo uma faxina no governo. Sem essa! Limpeza aqui não! “Posso não, o PT não deixa, não…” Chegará a hora em que a Soberana vai dar um esporro (sentido nº 3 do Houaiss) geral: “Parem com esse negócio de me acusar de ética! Que saco!” Diante da estupefação eventual do interlocutor, emendaria: “Tou brincando co’cê”. O mais curioso é que as demissões são populares; ajudam a compor a fama de “durona” da presidente — vista, creio, com simpatia pela população. O problema é o Apedeuta.
Ainda que a presidente tente demonstrar que rejeita o termo “faxina” porque o trabalho contra a corrupção é constante, não um esforço concentrado etc. e tal, o fato é que seus aliados não gostaram da história. A fama de “ética”, agora, mais atrapalha do que ajuda junto àquela base de patriotas. Mundo estranho esse!
E essa não é a única estranheza. Há uma outra, aí na área econômica, que fica para o próximo post.