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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Os pelotões de fuzilamento dos esquerdistas de hoje alimentados com o sucrilho da direita d’antanho

Em cinco anos, Maria Bethania obteve do Ministério da Cultura autorização para captar R$ 10,5 milhões para seus “projetos” — o último dele é o tal blog de poesias. A direção artística de si mesma, ao longo de um ano, segundo o projeto entregue ao Minc, deve lhe render R$ 50 mil mensais. Fico aqui […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h32 - Publicado em 19 mar 2011, 09h35

Em cinco anos, Maria Bethania obteve do Ministério da Cultura autorização para captar R$ 10,5 milhões para seus “projetos” — o último dele é o tal blog de poesias. A direção artística de si mesma, ao longo de um ano, segundo o projeto entregue ao Minc, deve lhe render R$ 50 mil mensais. Fico aqui a pensar quantas horas da semana a cantora pretende dedicar à tarefa. Bethania cobra caro para dirigir Bethania.

No Radar Online, Lauro Jardim informa que Gal Costa “pediu e conseguiu a aprovação do Ministério da Cultura para poder captar 2,2 milhões de reais via Lei Rouanet para a realização, ainda este ano, do projeto Tom de Gal, com suas interpretações para músicas de Tom Jobim. Serão oito shows (no Rio de Janeiro, São Paulo, BH, Curitiba, Porto Alegre e Salvador) que depois serão empacotados num DVD.”

São os nossos aristocratas a cobrar a taxa da fidalguia. Quanto custa montar um show? Seja lá quanto for, deve ser bom não ter de investir um tostão e depois passar na bilheteria no fim da noite.

O cineasta gaúcho Jorge Furtado, filho de mãe e pai da Arena — servidores dedicados do Regime Militar —, que teve os dois primeiros empregos em empresas públicas à época em que aliados de sua família estavam no governo do Rio Grande do Sul (um deles biônico), afirmou que só a direita branca de São Paulo reagiu mal ao projeto. Para ele, o governo tinha era de dar dinheiro à cantora. Entendo.

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Furtado não é o único que teve pais de direita para que os filhos pudessem defender as bondades da esquerda — com o dinheiro dos outros, naturalmente. Os progenitores cuidaram da acumulação primitiva para que eles pudessem defender as teses distributivas… dos bens alheios! O dinheiro das leis de incentivo fiscal é público, sim, senhores! Acusar o outro de “direitista”, driblando o mérito do “que” se debate para se fixar em “quem” debate, é o último refúgio da canalhice intelectual. Se preciso, a gente vê, então, quem é quem.

Digamos que existisse mesmo a tal “direita” — os bilhões do BNDES, hoje em dia, devem financiar a esquerda… — e que ela fosse desprezível, herdeira, sei lá eu, dos crimes de Lênin, Stálin, Mao Tse-Tung e Pol Pot. Digamos ainda que fosse só ela a protestar contra o capilé oficial do “Blog de Bethania. Isso tornaria aquele projeto decente ou razoável? A qualidade da crítica, sua origem, não torna o fato nem mais bonito nem mais feio. Aquilo é o que é. E o Minc de Ana de Hollanda, a irmã do filho do pai, diz bem a que veio.

No país dos nhonhôs, como dizia Paulo Francis, questionar um benefício público inaceitável a Maria Bethania ou acusar a vigarice de um prêmio literário, de cartas marcadas, destinado a elevar à condição de arte os romances chinfrins de Chico Buarque — e eu já disse por que são ruins —, confunde-se com um crime. Tachar o outro de “direitista”, sem especificar qual é o conteúdo da sua crítica que desagrada ou que está em desacordo com os fatos, é só uma facilidade que assiste os covardes. Trata-se de uma pusilanimidade destinada a satanizar a opinião do adversário para tentar “extirpá-lo” do mundo dos vivos.

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Adorariam falar sozinhos porque só assim não teriam dúvida de que estão certos. O adversário lhes lembra que, quando menos, a dúvida existe. E isso lhes é intolerável.

Não me espanta que a esquerda tenha produzido tantos desastres no mundo e matado tanta gente por “bons motivos”. Em nome da tolerância e do bem — contra a “direita” —, seus caudatários integrariam alegremente, ainda hoje, pelotões de fuzilamento. De fato, tentam praticar um fuzilamento moral.

Não me assustam. Sempre que trucam, eu chamo seis! Vamos pra briga! Eu só me arrependo das porradas merecidas — as verbais, claro! — que não dei. O Brasil anda meio chatinho mesmo. É hora de animar a festa!

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