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Os diretores de empreiteiras começam a confessar. Não há mais como esconder o esquema criminoso

É… Os executivos das empreiteiras, tudo indica, têm resistido a admitir que participavam de um esquema de corrupção que tinha como epicentro a Petrobras. Mas já há confissões, sim. E elas podem estimular outras. Erton Medeiros Fonseca, diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, admitiu ter pagado propina ao esquema depois ter sido ameaçado […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h37 - Publicado em 18 nov 2014, 22h54

É… Os executivos das empreiteiras, tudo indica, têm resistido a admitir que participavam de um esquema de corrupção que tinha como epicentro a Petrobras. Mas já há confissões, sim. E elas podem estimular outras. Erton Medeiros Fonseca, diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, admitiu ter pagado propina ao esquema depois ter sido ameaçado por Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. Ou aceitava as condições impostas, ou sua empresa seria prejudicada.

Já não está sozinho na confissão. Nesta terça, Sérgio Mendes, diretor-presidente da Mendes Júnior, confirmou à Polícia Federal que pagou R$ 8 milhões a Youssef entre julho e setembro de 2011 a mando de Costa. A exemplo de Erton Medeiros, ele também diz ter sido extorquido. A máfia é generosa: permitiu que o pagamento fosse efetuado em quatro parcelas de R$ 2 milhões.

Segundo Marcelo Leonardo, advogado de Mendes e que defendeu Marcos Valério no processo do mensalão, o presidente da empreiteira também sofreu ameaças de Costa e Youssef: ou entrava no esquema, ou a Mendes Júnior seria prejudicada em outros contratos que mantinha com o governo. Entre estes, estava a construção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar).

Durante depoimento de três horas na sede da PF, em Curitiba, Mendes afirmou que foi apresentado a Youssef por José Janene, deputado do PP já morto, personagem também do escândalo do mensalão. Costa, o doleiro e Janene integravam a banda podre que cuidava dos interesses do PP.

O homem do PMDB na empresa seria Nestor Cerveró, e o operador, o tal Fernando Baiano, que se entregou nesta terça. Segundo as investigações, o diretor que administrava a roubalheira em nome do PT era Renato Duque, e o coordenador do propinoduto para o partido seria João Vaccari Neto, tesoureiro da legenda.

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O advogado Marcelo Leonardo diz que Mendes está decidido a contar o que sabe: “Ele está tão disposto a colaborar que veio diretamente a Curitiba se entregar. Não houve proposta de delação premiada feita pela PF”.

Só para lembrar: dois outros executivos, ambos da Toyo Setal, estes no âmbito da delação premiada, já confirmaram ter participado do esquema criminoso. Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Júlio Camargo admitiram ter pagado de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões ao petista Renato Duque e US$ 40 milhões a Fernando Baiano, o lobista do PMDB.

Mas há quem resista. Alberto Toron, advogado do Ricardo Pessoa, presidente da UTC, que também prestou depoimento nesta terça, afirmou que seu cliente nunca pagou propina a Youssef e que ambos são sócios de um negócio legal: um hotel em Lauro de Freitas, na Bahia. Então tá.

Não há mais como negar o esquema corrupto. Cinco dos acusados que fizeram acordo de delação premiada se comprometeram a devolver, acreditem, R$ 425 milhões aos cofres públicos. Certamente não estão fazendo esse acordo por excesso de imaginação, não é mesmo?

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