Orlando mais piscou para a Fifa do que resistiu a ela. Como prova Dilma! Ou: Mate a cobra e mostre a cobra!
Uma das teses vigaristas que andam por aí, à qual se apegam sofregamente alguns militantes (ou sei lá como chamá-los) do PCdoB, os petralhas e meia-dúzia de idiotas (inclusive na imprensa) é a de que há uma grande conspiração contra Orlando Silva orquestrada pela Fifa e pela CBF. As duas entidades estão empenhadas, como é […]
Uma das teses vigaristas que andam por aí, à qual se apegam sofregamente alguns militantes (ou sei lá como chamá-los) do PCdoB, os petralhas e meia-dúzia de idiotas (inclusive na imprensa) é a de que há uma grande conspiração contra Orlando Silva orquestrada pela Fifa e pela CBF. As duas entidades estão empenhadas, como é sabido, em suspender leis brasileiras em vigor que ou afetam seus patrocinadores — proibição da venda de bebidas alcoólicas em estádios — ou contrariam diretamente o seu caixa: a meia-entrada para estudantes e idosos, por exemplo.
É… Vai ver Orlando é um homem de tal sorte competente e duro na negociação que a Fifa preferiu derrubá-lo… Santo Deus! A lei da meia-entrada, já escrevi aqui, é uma sandice. No caso dos estudantes, é mais uma fonte de recursos para a UNE, um aparelho do PCdoB, que emite carteirinhas. Mas é evidente que não se podem mudar ou suspender leis ao sabor dos interesses de uma entidade privada e seus negócios. NÃO É QUE O PT JÁ NÃO O TENHA FEITO, HEIN? JÁ FEZ! O Apedeuta mudou a Lei das Teles para permitir que a Oi comprasse a Brasil Telecom. E ainda financiou a operação com grana do BNDES.
Calma lá!
A Fifa parece que já vinha cansada de Orlando Silva, mas da sua incompetência, na da sua intransigência. No dia 14 deste mês, antes de estourar o escândalo, escrevi um texto ironizando as exigências da Fifa. O título é este: “Quero ver a Fifa impor o álcool em estádios na terra de Alá! Na terra do Orlando Silva, o comunista sem multidão, é fácil!” Eu tirava o sarro do ministro justamente porque, ao se reunir com a cúpula da federação e ouvir a exigência de mudança de leis, ele não conseguiu dizer um “não” peremptório. Enrolou. Precisou que Dilma viesse a público para dizer: “Não se muda lei por causa de Copa”. Aos menos essas leis “populares”, né? A gente sabe que a soberana defense que se jogue no lixo a de Licitações, por exemplo.
Se vai manter a posição, não sei. Mas disse a coisa certa. Eu, que peço, sim, a cabeça de Orlando, escrevi naquele artigo com todas as letras: “Ou o Brasil abriga o torneio com as leis que tem, ou, por outra, a Fifa passa a ser uma entidade supranacional e… neocolonial, que sai por aí impondo a sua vontade.” E ainda alertei para o risco que correm os cofres públicos: há quem defenda que o país mantenha, obviamente, as leis, mas compense a Fifa pelas meias-entradas.
É evidente que o imbróglio revela incompetência do Planalto — da própria Dilma, sim, senhores! —, de Orlando Silva e da turma toda. A Lei Geral da Copa deveria ter sido uma das primeiras coisas enviadas ao Congresso tão logo se acertou que o Brasil sediaria o evento. E isso aconteceu no fim de outubro de 2007!!! Há quatro anos! Até agora, não se tem o marco definitivo. De súbito, descobriu-se que algumas das “bondades” — ou burrices — vigentes no Brasil são incompatíveis com regras da Fifa. Não interessa! Nós temos de dar conta dos nossos cretinismos, não aquela “reunião de éticos” da federação ou da CBF!
À diferença do que sustenta o PCdoB, Orlando mais flertou com a prepotência da Fifa do que resistiu a ela. Na cabeça desses cretinos delirantes, uma revista como a VEJA, que publicou reportagens que deixam, obviamente, Orlando Silva em situação difícil, estaria cantando em prosa e verso a ética da CBF e da Fifa. Pois é…A mesma edição que traz o conteúdo da conversa dos homens fortes do ministro com o policial João Dias publica o texto que segue. Leiam. Volto em seguida.
Voltei
Essa gente precisa parar de medir os outros pela régua com que se mede. Nessas coisas, como costumo dizer, é preciso matar a cobra e mostrar a cobra. E isso eles não podem fazer.