O PT, a ética, a moral e os católicos
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, costuma falar pouco. Sorte nossa. Dos ouvintes. Não faz tempo, Lula comparou-se ao próprio Cristo, num palanque macabro em que exercitou a transubstanciação a seu modo: disse que seu sangue e suas células estavam espalhados no povo. Ontem, em Nova York, onde participaria de uma reunião no Fed, […]
O petismo, como se vê, é uma religião. Acho que entendi o que ela quis dizer: quando não estava no governo, o partido era, assim, uma espécie de Tribunal do Santo Ofício, pronto para mandar para a fogueira todos os hereges que não comungavam de sua retidão teológica. Ao chegar ao governo, optou por ser um daqueles curas de Eça de Queirós. Até o pecado da simonia, a venda do perdão, o partido de Lula praticou. Hoje, o Santíssimo Apedeuta é aliado de Jáder Barbalho no Pará, de Newtão Cardoso em Minas e de José Sarney onde for possível. A continuar assim, essa gente logo vai querer distância do PT para que sua, como direi?, reputação não seja tisnada por casos suspeitos…
Dilma afirmou ainda, de maneira certamente enigmática, que “não se pode colocar a ética nas costas dos indivíduos”. Eu acho que ela queria dizer que a ética diz respeito à coletividade. É verdade, minha senhora! Os indivíduos, não todos, costumam ter “moral”. E há, a senhora sabe, os imorais e os amorais. Estes costumam partilhar de uma estranha ética coletiva cujo único princípio é o presente eterno. É a religião dos ditadores, dos facínoras, dos déspotas, dos totalitários.
A Igreja Católica só sobreviveu aos próprios erros, Dona Dilma, porque seus princípios eram e são bons. A propósito: quais são mesmo os do PT? Sua comparação é uma ofensa aos católicos.