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O nome dele é cardeal, mas, para Dilma, ele é papa e é intocável. Ou: Luz Para Todos e dinheiro para poucos

Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, tem um amigo do peito: Valter Cardeal. Este, ela defende. De Erenice Guerra, ao menos publicamente, ela mais ou menos se desapegou. Já admite até em debates que ela “errou”. É certo que tenta fazer parecer um incidente o que tem todo o jeitão de ser um método, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h51 - Publicado em 24 out 2010, 07h27

valter-cardealDilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, tem um amigo do peito: Valter Cardeal. Este, ela defende. De Erenice Guerra, ao menos publicamente, ela mais ou menos se desapegou. Já admite até em debates que ela “errou”. É certo que tenta fazer parecer um incidente o que tem todo o jeitão de ser um método, mas procurou se descolar da “amiga”. Já do Cardeal… A gente tem a impressão de que, a depender dela, ele pode até virar papa. Gracejo nada engraçado? Então leiam o que informam Fernando Mello e Igor Paulin na VEJA desta semana:
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O programa Luz para Todos é a versão petista do Luz no Campo, criado no governo FHC. Desde 2003, ele já levou energia elétrica a 2,5 milhões de famílias que dependiam de lamparinas ou geradores. Seria uma boa notícia, não fosse o fato de o Luz para Todos estar, desde o início, imerso em sombras – ao menos quando o assunto é a administração de suas verbas. Na semana passada, VEJA descobriu mais um fio desencapado no programa sob responsabilidade da Eletrobras. Seu diretor de engenharia é o já bastante enrolado Valter Cardeal, homem de confiança da ex-ministra e candidata à Presidência da República Dilma Rousseff.

Como um dos principais responsáveis pelo Luz para Todos, ele tem poder para liberar pagamentos e chancelar os contratos feitos com as empresas que executam o programa. Pois Cardeal achou que, se a luz era para todos, poderia também ajudar a energizar os negócios de sua família no Rio Grande do Sul. Por intermédio da AES Sul – concessionária de energia que atua no estado -. a Eletrobras contratou para trabalhar no programa uma firma chamada… Cardeal Engenharia! É isso mesmo que você leu. Fundada por Valter Cardeal, em 1999, ela passou a ser tocada por dois de seus irmãos, Edgar e Fernando José. O contrato da Cardeal Engenharia com o Luz para Todos, que terminou no ano passado, não envolvia a execução de obras físicas, apenas o “desenvolvimento de projetos”. Por ele, os Cardeal embolsaram 50.000 reais por mês, ao longo de 54 meses, totalizando uma bolada de 2,7 milhões de reais.

Valter Cardeal foi nomeado diretor da Companhia Estadual de Energia Elétrica do governo gaúcho em 1999, ano em que se afastou da Cardeal Engenharia. O governador do estado era, então, o petista Olívio Dutra, e a secretária de Energia, Dilma Rousseff. Cardeal e Dilma se conheciam por terem atuado juntos no PDT. A partir daí, não mais se largaram. Passaram a trabalhar sempre próximos um do outro e assinaram suas fichas de filiação ao PT no mesmo dia: 18 de março de 2001.
(…)
Não é a primeira vez que a relação de Valter Cardeal com o Luz para Todos resulta em curto-circuito. Em 2008, ele foi denunciado pelo Ministério Público por participar de fraudes milionárias envolvendo o programa, cometidas no estado do Piauí. Segundo a acusação, Cardeal, entre outras improbidades, autorizava aditivos irregulares que multiplicavam o valor dos repasses da Eletrobras para obras de instalação de luz. A denúncia cita um caso que dá a medida do descalabro: um dos contratos recebeu um aditivo de 235.000 reais para incluir um único consumidor na rede elétrica. Uma das empresas que se beneficiavam da fraude era a Gautama, do empresário Zuleido Veras, que chegou a ser preso pela Polícia Federal e a passar treze dias na cadeia, apesar das amizades célebres (era chapa da família Sarney e até emprestou sua lancha de 3 milhões de reais para um passeio do governador baiano Jaques Wagner e da então ministra Dilma Rousseff).
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Leia na revista os detalhes que iluminam essas notáveis personagens da “nova era democrática” por que passa o país.

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