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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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O GRITO DE PROTÓGENES É SÓ UM PIADO DO ESTADO POLICIAL QUE A LEI O CONTENHA ENQUANTO É PINTO

O delegado Protógenes Queiroz, o tal da Operação Satiagraha, dá entrevista à Folha neste domingo. Fala como um político. Parece um petista dos anos 80, tal a sua sede de “justiça” — se é que vocês me entendem. Vejam um pouco do que diz a Rubens Valente. Comento em seguida:(…) QUEIROZ – Hoje a sociedade […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h10 - Publicado em 3 ago 2008, 09h09
O delegado Protógenes Queiroz, o tal da Operação Satiagraha, dá entrevista à Folha neste domingo. Fala como um político. Parece um petista dos anos 80, tal a sua sede de “justiça” — se é que vocês me entendem. Vejam um pouco do que diz a Rubens Valente. Comento em seguida:
(…)
QUEIROZ – Hoje a sociedade já grita. Até mesmo pela Operação Satiagraha, já se criou um movimento popular. É a primeira vez na história do país que várias instituições discutiram uma investigação policial. Há essa necessidade. Já nasceu e está crescendo um movimento nacional de resistência à corrupção. Isso é um fato.
FOLHA – Que tipo de manifestação demonstraria isso?
QUEIROZ –
Várias, inclusive mensagens, cartas que tenho recebido. Muitas cartas, até de crianças. São manifestações que deixam a gente muito fortalecido. (…) Hoje eu sou muito mais determinado do que era antes. Se eu já tinha uma determinação imperiosa de não temer, praticamente se multiplicou com esse apoio popular.
FOLHA – Como o sr. define seu comportamento na Satiagraha?
QUEIROZ –
Meu comportamento é como o do cidadão que há muitos anos se vê sem solução para situações que ocorrem no país, em especial no combate à corrupção. Esse trabalho foi praticamente um grito que saiu da garganta de todos os brasileiros que se sentiam oprimidos por estarem, aí sim, algemados por poderes que até então não identificamos. A sociedade estava com isso entalado na garganta e fui apenas o instrumento desse povo que se vê oprimido quando tem diante de si vários atos de corrupção, de desvios de recursos públicos.
Fui o porta-voz do grande grito contra a corrupção no país.
FOLHA – O sr. se arrependeu de algo que tenha feito?
QUEIROZ – Não, em absoluto.
Cumprimos com o nosso dever.
Assinante lê íntegra aqui e aqui

Comento
É este senhor que hoje pode escarafunchar a vida de quem lhe der na telha. Basta que algum juiz de primeira instância o autorize. Vejam lá: ele se considera um instrumento de justiça do povo — do povo “oprimido”. Ele não faz exatamente investigação policial; ajuda a extrair “gritos presos na garganta”.

E o que ele produziu na sua sanha justiceira? Um dos inquéritos mais incompetentes e amalucados da história da Polícia Federal. Porque não sabe separar alhos de bugalhos. Não consegue distinguir o jornalista que cumpre a sua função do bandido que se mete em conluios. Não consegue distinguir as atividades normais de uma empresa de atos criminosos. Não consegue, em suma, distinguir o bem do mal, misturando realidade e fantasia delirante.

Os jornalistas que dançam cancã o incensaram. Na prática, ajudaram a redigir aquela peça de ficção de Protógenes — que, entendo, põe em questão o rigor psicotécnico da PF. Vai dar em alguma coisa? Vamos ver. Se Daniel Dantas escapar sem nenhum arranhão, leitor, a culpa não será da Justiça, não, que “sempre protege os ricos”. A responsabilidade deve ser atribuída a uma investigação porca, que preferiu renunciar aos fatos para construir teorias conspiratórias de quinta categoria, muitas delas sopradas pelo jornalismo a soldo.

Se esse é o “grito que saiu” da garaganta de Protógenes, lamento dizer que não passa de alguns pios de um estado policial. Ele e sua turma têm de ser contidos. PELA LEI.

PS: Antes que os tontos-maCUTs comecem com sua ladainha, observo: não, eu não tenho medo de Protógenes ou de qualquer policial federal. Se ouvirem as minhas ligações, morrerão de tédio. Se quebrarem os meus sigilos fiscal e bancário, talvez se compadeçam. Minha vida é bem mais aborrecida do que as conversas de Gilberto Carvalho com Luiz Eduardo Greenhalgh, por exemplo. Mas eu não quero que eles se metam no que não lhes diz respeito só porque um juiz decidiu acabar com qualquer sigilo no Brasil.

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