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Reinaldo Azevedo

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O braço direito do prefeito Gilberto Kassab

Matarazzo (à esq.) e Kassab: uma parceria que deu certo em São Paulo (foto: Almeoda Rocha/Folha Imagem) A VEJA São Paulo desta semana traz um interessante perfil de Andrea Matarazzo (PSDB), secretário da Coordenação de Subprefeituras da cidade de São Paulo. Braço direito do prefeito Gilberto Kassab, a revista o chama na capa de “O […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 00h13 - Publicado em 14 jan 2008, 04h46
perfil7Matarazzo (à esq.) e Kassab: uma parceria que deu certo em São Paulo (foto: Almeoda Rocha/Folha Imagem)
A VEJA São Paulo desta semana traz um interessante perfil de Andrea Matarazzo (PSDB), secretário da Coordenação de Subprefeituras da cidade de São Paulo. Braço direito do prefeito Gilberto Kassab, a revista o chama na capa de “O xerifão da cidade”. De fato, a recuperação da capital, iniciada na gestão José Serra e continuada na gestão Kassab, tem em Matarazzo um entusiasta. O resultado é visível. Abaixo, seguem trechos da reportagem de Alessandro Duarte e Camila Antunes.

Pelas ruas da Cracolândia, reduto de tráfico, consumo de drogas e baixo meretrício na vizinhança da Sala São Paulo, circula por volta da meia-noite um DaimlerChrysler blindado, ano 1997. Ao volante, o homem impecavelmente bem vestido parece ter saído de um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado. Sua camisa branca sob medida traz as iniciais A.A.M. bordadas. Nos punhos reluzem abotoaduras com o monograma de família. Inconformado com o que vê a seu redor, ele localiza um contato na agenda do celular, liga e pergunta: “O caminhão de lixo já passou pela Rua Mauá?”. Em seguida, aciona o delegado titular da 1ª Seccional da Polícia Civil, que cuida da região central, Dejar Gomes Neto, e pede a presença de uma viatura. “Muita gente ainda vem aqui para usar drogas”, diz o secretário municipal Angelo Andrea Matarazzo. “Outro problema grave são os carroceiros que descarregam entulho de madrugada no meio da rua.”

Desde que assumiu a Coordenação das Subprefeituras, em abril de 2006, Matarazzo quase nunca volta para casa, no Morumbi, sem dar um giro pela Luz ou por algum outro bairro. E dificilmente faz isso antes das 22 horas, quando encerra seu expediente. “Às vezes rodo a Avenida 23 de Maio de ponta a ponta”, conta. Aproveita para inspecionar a adequação à Lei Cidade Limpa, que proibiu outdoors, painéis e banners, além de redimensionar letreiros e totens dos estabelecimentos comerciais. Outras atribuições de seu cargo, que lhe dá poderes no município só menores do que os do prefeito, são zelar pelos serviços de varrição, combate a enchentes, poda, recapeamento e pintura antipichação. “Acabo neurótico com cada buraco no meio do caminho.” O homem gosta de brigar com quem considera infrator. Pode, às vezes, parecer demagogia, mas o que ele faz em geral é bom para a vida da cidade. Na quarta-feira passada, após vistoriar uma limpeza nos canteiros da Avenida dos Bandeirantes, disparou três telefonemas em menos de quinze minutos. Mandou derrubar um barraco que havia sido construído em uma praça, retirar uma faixa que anunciava serviços esotéricos e apreender um caminhão que vendia frutas na Avenida Indianópolis. Pouco depois, barraco, faixa e caminhão foram retirados. (…)

Bisneto do senador italiano Andrea Matarazzo (irmão do conde Francisco Matarazzo, fundador do antigo império industrial) e sobrinho de Ciccillo Matarazzo, criador da Bienal, do Museu de Arte Moderna e do Museu de Arte Contemporânea, Andrea Matarazzo deixou há dezessete anos o comando de parte do que restou das indústrias da família para fazer política. Presidiu a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) no governo Mário Covas, foi secretário de Comunicação e embaixador em Roma no governo Fernando Henrique Cardoso. Depois, assumiu a Metalma, fabricante de embalagens plásticas da Matarazzo Holding. A empresa, que fatura 150 milhões de reais por ano, já teve 80% do mercado de latas de aço no país.
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Sem deixar a subprefeitura da Sé, passou a acumular a gigantesca Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, na qual comanda um orçamento anual de 1,4 bilhão de reais. “Somos amigos há anos e sempre soube que ele tem uma capacidade de trabalho muito grande”, declara o prefeito Gilberto Kassab. Matarazzo logo se tornou a estrela da administração municipal.
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Brigas e reclamações fazem parte de sua rotina. Há quem o considere um exibicionista. “Ele atropela a lei no afã de mostrar resultados”, diz Arthur Rotenberg, advogado da indústria de móveis e decorações Brentwood, cuja loja na Alameda Gabriel Monteiro da Silva terá de ser demolida para adaptar-se às dimensões permitidas pelo zoneamento. Contribuíram para a fama de intransigente as disputas com as marcas Ferrari e Citroën, autuadas porque vendem carros na Avenida Europa, onde só é permitida a instalação de showrooms. Matarazzo bateu boca ainda com o empresário Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas, quando fechou o Oscar’s Hotel, ao lado do Aeroporto de Congonhas. Arrumou encrenca com as empresárias Lucilia Diniz, que mantinha um escritório em área residencial, e Tania Bulhões, que demoliu parte do subsolo e do sótão para adequar sua loja de decoração aos padrões exigidos. No último domingo, fechou a quadra da escola de samba Vai-Vai, no Bixiga, por causa do barulho dos ensaios.

Essas pendengas são pequenas se comparadas à sua queda-de-braço com o chinês Law Kin Chong. Mesmo preso por contrabando, Law continuava abastecendo camelôs e investindo no Shopping Pari, que às vésperas de ser inaugurado, em dezembro, foi interditado por não ter alvará de funcionamento. A lei autoriza a apreensão e destruição de mercadorias falsificadas ou contrabandeadas, mas não permite fechar o estabelecimento comercial em que elas são vendidas. “Por isso, precisamos encontrar alguma falha na documentação ou na estrutura dos prédios que justifique sua interdição”, explica Matarazzo. Assim, ele conseguiu fechar também três shoppings de produtos ilegais na Avenida Paulista, que supostamente venderiam produtos de Law.

É claro que em São Paulo inteira há muito por ser feito. Dá para notar, no entanto, um ar de renovação.

(…)
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