O aborto se tornou “popular”. Ao menos no Supremo…
Embora vários ministros tenham afirmado que não é o aborto que está sendo debatido no Supremo, peço que leiam, depois, com atenção o voto dos ministros Marco Aurélio de Mello e Celso de Mello, especialmente o deste último. Ayres de Britto, o relator, já havia dito que a Constituição protegia a vida a partir do […]
Ayres de Britto, o relator, já havia dito que a Constituição protegia a vida a partir do nascimento apenas. Foi o ponto de partida de outras considerações sobre, então, quando começa a vida.
Celso de Mello foi quem mais avançou na questão, lembrando a pluralidade de visões a respeito. Para ele, a idéia de que a vida começa na concepção é uma tese da Igreja Católica, definida no século 19. E lembrou o que dizem outras tantas religiões. Mais: afirmou que os próprios cientistas têm divergências a respeito.
COMO VOCÊS SABEM, RESISTI MUITO A LIGAR UMA COISA A OUTRA. PARA MIM, NO PRÓPRIO VOTO DE BRITTO HAVIA UMA MANIFESTAÇÃO ANTIABORTO, QUANDO ELE LEMBROU QUE O EMBRIÃO, NO ÚTERO, SEM INTERVENÇÃO, RESULTA NUM NOVO SER. EU ESTAVA ERRADO. O ABORTO, PARA ALGUNS, ESTÁ EM VOTAÇÃO.
Foram os próprios ministros contrários à ação de inconstitucionalidade a citar, de forma reiterada, a questão do aborto, lembrando, de forma clara, as muitas divergências sobre o início da vida.
O aborto, definitivamente, se tornou “popular”. Ao menos no Supremo. E quem é contra, claro, ou é ignorante ou é obscurantista.