Novo tombo da indústria reforça sinais pessimistas
Por Pedro Soares, na Folha: A produção da indústria brasileira voltou a se contrair em abril, constrangida pelas restrições na oferta de crédito ao consumidor e pelo esfriamento da atividade econômica nos principais parceiros comerciais do país. Estatísticas divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a produção da indústria caiu […]
Por Pedro Soares, na Folha:
A produção da indústria brasileira voltou a se contrair em abril, constrangida pelas restrições na oferta de crédito ao consumidor e pelo esfriamento da atividade econômica nos principais parceiros comerciais do país. Estatísticas divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a produção da indústria caiu 0,2% em abril, atingindo nível 2,9% inferior ao de um ano atrás.
O novo tombo da indústria amplia o pessimismo sobre o desempenho da economia brasileira, que desacelerou no segundo semestre do ano passado e encontra dificuldades para voltar a crescer. O IBGE divulga hoje os números do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre do ano. Projeções de bancos e consultorias sugerem que a economia cresceu algo em torno de 0,5% no período.
O que mais contribuiu para a queda na indústria foi o desempenho da produção de bens duráveis como carros, eletrodomésticos e celulares, que dependem especialmente da oferta de crédito. A produção dessa categoria caiu 10,3% nos primeiros quatro meses deste ano, contraindo-se num ritmo mais intenso do que o observado nos últimos quatro meses do ano passado, segundo o IBGE. “Há claramente uma trajetória de declínio da produção, num movimento bastante disseminado entre os setores”, disse André Macedo, gerente responsável pela pesquisa industrial do IBGE.
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