Novo ministro é “sarneyzista” por gostosura, não por precisão
O toma-lá-dá-cá que define a política brasileira vai assumindo ares de comédia trágica. Saiu do ministério do turismo um deputado do PMDB do Maranhão, amigo de Sarney, e entrou em seu lugar, um amigo de Sarney, deputado do PMDB do Maranhão. Eles têm mais coisas em comum: não entendem borra nenhuma da área para a […]
O toma-lá-dá-cá que define a política brasileira vai assumindo ares de comédia trágica. Saiu do ministério do turismo um deputado do PMDB do Maranhão, amigo de Sarney, e entrou em seu lugar, um amigo de Sarney, deputado do PMDB do Maranhão. Eles têm mais coisas em comum: não entendem borra nenhuma da área para a qual foram nomeados. É o que a presidente Dilma Rousseff definiu, em entrevista a Patrícia Poeta, como “base política composta por homens de bem” — é aquele bate-papo já tornado célebre sobre mostrar o “da cá” para explicar o “toma lá” e pela incursão da presidente na cultura pop, ao informar que “emo choca ovo”.
O novo ministro, Gastão Vieira (que o nome se revele uma contradição, não um destino), explicou sua qualificação para o cargo em entrevista à Rádio Estadão ESPN, de São Paulo: “Vou me valer da experiência acumulada pelos técnicos do ministério. Creio que aí não há nenhum mistério”. É um outro modo de dizer: “Não tenho a menor idéia do que estou fazendo aqui”. Mas é valente: “Tenho todo um caminho na administração pública. Eu, absolutamente, não me considero um ministro genérico”.
Claro que não! Ele é ministro “de origem controlada”! Da “marca Sarney”. Sobre o Nosferatu da política brasileira, afirmou: “Eu sou ligado ao grupo de Sarney há mais de 20 anos. Nunca fui pelo presidente Sarney obrigado a fazer ou deixar de fazer absolutamente nada”.
Ou seja: Gastão é “sarneyzista” por gostosura, não por precisão…