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Nove anos depois de reportagem de VEJA denunciar lambança nos Correios, que trouxe à luz escândalo do mensalão, empresa continua a ser usada como quintal do petismo

A CPI do Mensalão, caros leitores, vocês devem se lembrar, foi oficialmente chamada de “CPI dos Correios”. Foi nessa estatal que reportagem da revista VEJA identificou, em 2005, e denunciou um esquema de corrupção que acabaria desaguando no maior escândalo da história republicana do país — até virem à luz os escândalos da Petrobras ao […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h03 - Publicado em 19 set 2014, 16h43

A CPI do Mensalão, caros leitores, vocês devem se lembrar, foi oficialmente chamada de “CPI dos Correios”. Foi nessa estatal que reportagem da revista VEJA identificou, em 2005, e denunciou um esquema de corrupção que acabaria desaguando no maior escândalo da história republicana do país — até virem à luz os escândalos da Petrobras ao menos. Tudo indica que este é ainda maior do que aquele. Eles sempre podem se superar, como sabemos.

Pois bem: carteiros descobriram algo do balacobaco e botaram a boca no trombone, como informou reportagem do Estadão. Os Correios, um feudo do PT, empresa subordinada ao ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, admitiu ter distribuído, sem a devida chancela, como exige a lei, 4,8 milhões de folders da campanha da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. Vocês entenderam direito: o material entrou na empresa, não recebeu nenhuma forma de carimbo — e, portanto, não estava sujeito a nenhum controle —, foi repassado aos carteiros e entregue aos paulistas.

Os Correios têm seus próprios funcionários e também contam com uma rede de franqueados, que são remunerados pelo trabalho. Isso significa que essa mão de obra foi empregada para distribuir os panfletos do PT. A própria candidata Dilma Rousseff, que também é a presidente Dilma Rousseff, veio a público para tratar do assunto. Segundo disse, não houve irregularidade nenhuma, está tudo registrado, e o partido tem as provas de que pagou pelo serviço.

Disse a presidente, com uma habilidade muito característica quando se trata de lidar com questões de natureza legal e com a língua portuguesa: “Me deem as provas. Não adianta me dizer que é ilegal se não me mostrar onde falta a nota fiscal”. Segundo ela, sua campanha pagou “uma barbaridade pelo serviço”. Indagada sobre o valor, ela respondeu: “Não tenho a ideia aqui de quanto pagou, mas nós temos recibo”. Entendi. Ela chegou à conclusão de que é uma barbaridade sem nem saber quanto custou.

Com a devida vênia, a presidente age como o homicida que dá sumiço no corpo e, ainda que todas as evidências e provas apontem para a existência do crime, desafia: “Me mostrem onde está o corpo”. Pois é, presidente… Existe.

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Ora, como os Correios não chancelaram o material, ninguém jamais saberá quanto material foi entregue. A Diretoria Regional Metropolitana, responsável pela ordem para a distribuição irregular, atribui a medida a um problema na impressão dos quase 5 milhões de peças: precisamente, 4.812.787. O responsável por essa diretoria é Wilson Abadio, afilhado político de Michel Temer, vice-presidente da República.

Como não há prova nenhuma, leitores, ninguém jamais saberá se foram distribuídos 5 milhões, 10 milhões ou 15 milhões de folders da campanha dilmista. Uma coisa é certa e inequívoca: quando menos, uma empresa estatal abriu uma exceção para a campanha da companheira. Mas resta a suspeita óbvia — já que as regras não foram seguidas — de que, mais uma vez, uma empresa que pertence ao estado brasileiro foi usada em benefício dos petistas.

Pois é… Cumpre uma vez mais lembrar o que disse Talleyrand sobre os Bourbons, aplicando a frase aos petistas: “Eles não aprenderam nada nem esqueceram nada”.

Talvez sejam vítimas de uma natureza. O diabo é que o país é que paga o pato.

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