Metrô: embargo e afastamento
Vamos lá. Prossigo na minha árdua tarefa de proteger empreiteiros desvalidos da sanha da Zelite petista, hehe. A Delegacia Regional do Trabalho no Estado de São Paulo (DRT-SP) embargou parte das obras da estação Pinheiros do Metrô. Nada de inesperado. Os fiscais exigem uma série de documentos e, sobretudo, a comprovação de que a obra […]
A reunião que decidiu pelo embargo foi feita na sede da DRT-SP. Entre os presentes, estavam representantes do Sindicato dos Metroviários, do Consórcio da Linha Amarela, o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo (CUT-SP), Edílson de Paula, e membros do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada. A presença dos representantes dos dois sindicatos e das empresas faz todo sentido. Mas o que fazia lá o presidente da CUT? Uma Central Sindical é uma representação política. Não tem de meter o bedelho neste assunto.
Afastamento
Marco Antônio Buoncampagno, gerente de construção da Linha Amarela, foi afastado nesta terça a pedido do presidente do Metrô, Luís Carlos David. Fez-se o certo. A rigor, nem deveria ter sido contratado, o que foi uma iniciativa do antecessor de David. Uma empresa de Buoncampagno já prestou serviços à Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras que integram o consórcio. Foi nos anos 90, na gestão Quércia, durante a construção da Linha 1. O Ministério Público aponta irregularidades. Buoncampagno já foi absolvido num processo criminal, mas ainda responde a uma ação civil. O que isso tem a ver com o desabamento? Nada. Mas é o bastante para alimentar teorias conspiratórias.
Audiência Pública
O presidente do Metrô foi convidado para uma audiência pública na Assembléia Legislativa. Recusou o convite. E fez muito bem. Um relatório da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com celeridade espantosa, já decretou sentenças a respeito do ocorrido, sem ter competência técnica para tanto. David diz que fala depois que ficar pronto o laudo técnico do IPT.
Sebastião Arcanjo (PT), o Tiãozinho, coordenador da Comissão de Serviços e Obras Públicas — que, juntamente com a Comissão de Transportes e Comunicações, integra a comissão de representação constituída pela Assembléia para apurar o acidente do Metrô —, já saiu pregando a necessidade uma CPI. Se David tivesse comparecido, Tiãozinho pediria a CPI do mesmo jeito. É um daqueles casos em que costumo dizer que a pessoa não precisa de motivo, mas de pretexto.