MÉTODO APEDÊUTICO DE EXPLANAÇÃO DE UM CONCEITO
No último post da madrugada, acuso a sabotagem da Petrobras, mas digo que a publicação das questões não inviabiliza as reportagens. Aí alguns me indagam: “Bem, então qual é o problema?”. Pois é. A questão é bem digna dos nossos tempos, própria da moral petista. E só uma consideração: as pessoas podem aderir ao padrão […]
No último post da madrugada, acuso a sabotagem da Petrobras, mas digo que a publicação das questões não inviabiliza as reportagens. Aí alguns me indagam: “Bem, então qual é o problema?”. Pois é. A questão é bem digna dos nossos tempos, própria da moral petista. E só uma consideração: as pessoas podem aderir ao padrão moral do petismo mesmo sem ser do partido. À medida que certos hábitos e certas práticas vão se tornando influentes; à medida que vão se tornando corriqueiras, começam a contaminar tudo. Como diria Musil, é assim que vamos percebendo que uma nova era está nascendo: um suave, porém contínuo, declínio da qualidade em tudo o que conhecemos. Ih, mas já derivei. De volta.
Se não consegui ser conceitualmente claro — acho difícil porque nunca sou ambíguo nem abuso da vigarice “dialética”, mas é possível —, recorro ao “Método Apedêutico” de defesa de um ponto de vista. O “Método Apedêutico” é aquele que só se realiza por meio de comparações. E quanto mais bronco, mais esdrúxulo, mais estúpido e mais vulgar for o paralelismo, mais eficiente. Então vamos educar algumas mentalidades segundo o Método Lula de Reflexão.
A Petrobras vaza as questões dos jornalistas para tentar impedir as reportagens. Ao perderem o ineditismo, ao se tornarem questões públicas — respondidas com técnicas de despiste,o que é normal —, os jornais e revistas perderiam o interesse pela reportagem, que passaria a ter menos destaque. Sim, não funciona, mas continua a ser uma prática vigarista.
“Ainda não entendi por quê”. Não! Então vamos “lular”.
Se alguém mete a mão no seu bolso para lhe roubar a carteira, mas não encontra nada, porque você guardou a dita-cuja em outro lugar, o seu prejuízo é zero, o que não quer dizer que o punguista não seja um canalha.
Tá claro agora?