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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Mercadante continua a dizer inverdades sobre os números da educação em São Paulo. Vamos ver o que faz a imprensa

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, foi o sabatinado de hoje no Estadão. E repetiu as bobagens que vem dizendo sobre a educação. A maior delas é que houve uma redução do número de alunos da rede púbica entre 1997 e 2002. Não houve. É mentira. A queda que ele […]

Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 23h18 - Publicado em 22 ago 2006, 16h05
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, foi o sabatinado de hoje no Estadão. E repetiu as bobagens que vem dizendo sobre a educação. A maior delas é que houve uma redução do número de alunos da rede púbica entre 1997 e 2002. Não houve. É mentira. A queda que ele aponta no ensino fundamental também é falsa. Republico o post da madrugada de segunda-feira:

É mentira. Não caiu o número de alunos nas escolas de São Paulo. Aumentou. É mentira: não houve uma redução de 600 mil vagas no ensino fundamental. Estudantes que estavam nessa modalidade de ensino e tinham uma idade superior à média migraram para um serviço especial, com profissionais treinados para tanto. O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, repete por aí as duas coisas. Não sabe o que diz. Pior: atrela-as a números mal lidos sobre o movimento migratório em São Paulo e aproveita para atribuir ao adversário tucano, José Serra, o que este nunca disse. Com a ajuda de parte da imprensa, é verdade (ver abaixo).

Leiam o que disse Mercadante na entrevista ao SPTV. Prestem atenção porque há o que ele fala e há a verdade: “(…)nós reduzimos o número de vagas de 1997 a 2005 no Estado de São Paulo, as escolas estaduais em 1 milhão e 600 mil vagas. As municipais aumentaram de 1 milhão, portanto houve uma redução de vagas de 600 mil vagas, não houve nenhuma pressão por vagas que justificasse a queda do ensino, foi problema de gestão, Foi falta de prioridade.” Trata-se de um daqueles momentos habituais em que o petista, com ignorância soberba, fala sobre o que não sabe. Imaginem se um dia virasse governador. Pararia de construir escolas na certeza de que elas seriam desnecessárias.

Eis aqui uma boa pauta para os jornais, que se apressaram em reproduzir a distorção descarada que ele fez da fala de Serra, mas não correram atrás dos números. Desafio o petista a dizer que são mentirosos. E seria muito útil se os meios encarregados de informar o público passassem a fornecer os dados. Vou me restringir ao período que ele escolheu. Os números que aparecem em azul são de 1997, e os que estão em vermelho, de 2005

Educação Infantil — 950.744 1.356.429
Ensino Fundamental — 5.710.4105.082.420
Ensino Médio — 1.489.4631.653,074
Ens. de Jov. e Adultos — 486.0771.087.273
Total — 8.636.6949.179.196

De imediato, olhando a tabela, que são números oficiais, constata-se
1) Há, em 2005, 542.502 alunos a mais do que em 1997. Portanto, quando ele diz que houve queda, trata-se de uma mentira;
2) Só no ensino infantil, são 405.685 alunos a mais;
3) A suposta queda só se verifica no ensino fundamental. Suposta porque, de fato, os alunos saíram dessa rubrica e migraram para outra
4) Reparem no aumento do ensino médio e na explosão do Ensino de Jovens e Adultos

Ensino fundamental
No caso do ensino fundamental, em 1997, estavam na rede estadual 4.634.560 alunos; em 2005, esse número caiu para 2.954.426. Mercadante deve ter esfregados as mãos e pensado: “Oba!”. Erro. Os alunos da rede municipal eram 1.075.850 em 1997 e passaram a ser, em 2005, 2.127.994. Mas essa “municipalização” diz respeito à gestão apenas; não quer dizer que o Estado tenha se desobrigado de suas funções.

Ocorre que é preciso olhar para a rubrica “Ensino de Jovens e Adultos” (EJA). Cresceu quase 124%. E quem está nesta categoria? Justamente os estudantes que estavam acima da idade média escolar daqueles do ensino fundamental. Eles não deixaram a rede. Passaram a ser atendidos num outro serviço, especialmente pensado para eles. Havia, muitas vezes, estudantes de 30 anos ao lado de crianças de 13, 14, o que criava dificuldades de relacionamento e aprendizado.

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Há duas hipóteses para a lambança que Mercadante vem fazendo, e o provável é que elas se combinem: 1) ignorância pura e simples; 2) um tanto de má-fé. Reitero: a grande imprensa faria um bem à verdade, ao eleitor e à cidadania se procurasse explicitar os números.

*
Esses dados serão publicados pelos jornais? Eu não sei. Tomara que sim.

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