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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DA DEMOCRACIA

O texto que segue, talvez desconhecido pelos muitos novos leitores do blog, explica como surgiu o sentido político da palavra “nhenhenhém”. Trata-se de trecho de um artigo chamado Petralhas, vendidos, servos voluntários e o caso do nhenhenhém, de 1º de junho de 2009. Se alguém decidir ler a íntegra do artigo publicado no ano passado, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 17h04 - Publicado em 24 jan 2010, 06h17

O texto que segue, talvez desconhecido pelos muitos novos leitores do blog, explica como surgiu o sentido político da palavra “nhenhenhém”. Trata-se de trecho de um artigo chamado Petralhas, vendidos, servos voluntários e o caso do nhenhenhém, de 1º de junho de 2009. Se alguém decidir ler a íntegra do artigo publicado no ano passado, peço que não envie comentários para aquele post, mas para este.
*
(…)
Permito-me aqui uma digressão com um pouco de memória pessoal. A palavra “nhenhenhém”, que viria a render tanto debate-boca político, nasceu na Folha. Participei de seu nascimento. A repórter Gabriela Wolthers foi cobrir um evento com FHC – pode ter sido a primeira coletiva do presidente, a conferir. Era fevereiro de 1995, acho. Naquele tempo, não sei hoje como se faz nos jornais, os repórteres chegavam e faziam um breve relato aos editores do que tinham presenciado e/ou apurado, e chegávamos juntos à, digamos, “pegada” da matéria. A conversa era importante porque muita reportagem morria antes de nascer. “É só isso? Então não tem nada”. Era um bom procedimento porque ajudava a preservar as árvores, entendem?

Nesse caso, Gabriela me disse que FHC havia falado em “hanhanhan”, “nhanhanham”, “humhumhum” ou onomatopéia (?) parecida para se referir a críticas que ele considerava infundadas. Depois de conversar um pouco, chegamos à conclusão de que a coisa mais próxima que a língua oferecia era mesmo “nhenhenhém”. E até me penitencio: grafamos a palavra com erro. Saiu “nhém-nhém-nhém”, com hífens. O “Controle de Erros” nos mandou a edição do dia seguinte tingida de vermelho. Nascia ali o “nhenhenhém” como expressão do debate político.

Por que isso? Porque nos pareceu, à repórter e a mim, que não ficava bem a um intelectual, que passara boa parte do tempo escrevendo sobre política, reduzir o confronto com adversários àquele quase grunhido. Sim, era e sou admirador de FHC. A pegada da reportagem foi crítica, aquilo foi parar no lead e no título e virou quase uma febre. Jornalistas não estavam interessados em “colaborar”. Pobre FHC!!! O seu, ou nosso, “nhenhenhém” chegou à academia. Ensaios se fizeram a respeito.

Não se dava trégua, e estava correto, ao “intelectual”. O episódio do “nhenhenhém”, reitero, é só um emblema de uma certa – e acertada – intransigência com princípios. Hoje, o lulismo em tempos do jornalismo Franklintein, hostiliza abertamente a imprensa, tomando-a como uma forma de sabotagem. E ela se intimida. O acuamento se dá em várias frentes: manipulando a verba oficial de propaganda para conquistar a simpatia do jornalismo regional (ver post de ontem sobre reportagem da Folha); hostilizando, se preciso, os críticos em palanque, montando uma rede de blogueiros-bandidos, a soldo, para fazer o serviço sujo na Internet e, claro, alimentando os áulicos com “informações exclusivas” de EXCLUSIVO interesse do Planalto. A apuração de bastidores, não raro, tornou-se coisa de alcoviteiros, de gente, se me permitem uma piada, com “acesso ao círculo íntimo”.
(…)

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