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Reinaldo Azevedo

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Mas o que quer Fidel Castro? Ou: Corra, Amorim, corra!

Todos vocês ficaram sabendo da já famosa “autocrítica” de Fidel Castro, feita em entrevista ao jornalista Jeffrey Goldberg, da revista americana Atlantic Monthly. Goldberg publicou uma síntese da conversa em seu blog.  Vamos ver. Começo observando que Celso Amorim, o megalonanico ministro das Mistificações Exteriores do governo Lula, tem uma nova tarefa. Depois de afirmar […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h18 - Publicado em 9 set 2010, 19h55

Todos vocês ficaram sabendo da já famosa “autocrítica” de Fidel Castro, feita em entrevista ao jornalista Jeffrey Goldberg, da revista americana Atlantic Monthly. Goldberg publicou uma síntese da conversa em seu blog.  Vamos ver.

Começo observando que Celso Amorim, o megalonanico ministro das Mistificações Exteriores do governo Lula, tem uma nova tarefa. Depois de afirmar que o presidente Lula colaborou para que o Irã suspendesse o apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani (agora ela será apenas enforcada) e para que o regime cubano libertasse presos políticos  — duas mentiras clamorosas —, Amorim tem de convencer o mundo de que foi o Babalorixá de Banânia quem convenceu Fidel Castro, a múmia homicida, a declarar a Goldberg a falência do modelo econômico de Cuba.  Ou este gigante lança logo mais essa balela, ou corre o risco de o Brasil ficar, com direi?, à esquerda de Fidel!!! Já falo o que penso sobre a “autocrítica” do Coma Andante…

A “crítica” de Fidel ao modelo cubano (“não funciona mais nem para nós”) é menos surpreendente — porque se trata de uma estratégia clara (volto ao caso daqui a pouco) — do que o recado enviado a Mahmoud Ahmadinejad. Fidel censurou o ditador iraniano por negar o Holocausto: “Não imagino que alguém tenha sido mais caluniado dos que os judeus. Eles foram caluniados bem mais do que os muçulmanos porque eles são acusados por tudo (…) O governo iraniano tem de entender que os judeus foram expulsos de suas terras, foram perseguidos (…)”.

Fidel deixou entrever ainda arrependimento (será?) por seu comportamento na chamada “crise dos mísseis” de 1962. Afinal, numa carta a Krutchev, o então líder soviético, ele defendeu que “seria a hora de pensar em eliminar o perigo para sempre com base no direito à autodefesa”. O perigo eram os Estados Unidos, e eliminá-lo para sempre queria dizer a guerra nuclear. O campônio soviético até podia estar blefando, mas o cretino cubano realmente pensou na possibilidade do confronto final. E o que pensa a múmia hoje em dia? “Depois de ter visto o que vi e de saber o que sei agora, aquilo não valeu pra nada”. Entende-se que está se referindo à sua posição então.

Um pouco mais de Amorim
Bem, até outro dia, Lula tinha ao menos a companhia de Fidel no seu “carinho e amizade” por Ahmadinejad. Agora, como se nota, nem isso. Ficou literalmente sozinho, de braços dados com o facinoroso nuclar. Até o bandoleiro Hugo Chávez resolveu reduzir sua exposição ao iraniano, embora mantenha sólidos vínculos econômicos com o governo do Irã. Então ficamos assim: o governo brasileiro, hoje, apóia o “socialismo cubano” e o antiamericanismo de Ahmadinejad mais do que o próprio Fidel. Sem dúvida, é um bom lugar este a que Amorim conduziu a política externa. Agora vamos à fala do Coma Andandante.

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Mas o que quer Fidel?
Ora, manter a ditadura em Cuba. Por isso mesmo, está saindo em defesa de algumas tímidas reformas que Raúl, o assassino menor, tenta implementar, enfrentando, não obstante, a resistência do Partido Comunista. E por quê? Porque se trata de uma máquina gigantesca de distribuição de privilégios. Qualquer mudança que implique a introdução de mecanismos de mercado na economia — e é o único jeito que uma economia tem de funcionar em benefício da maioria — significa a perda de posições de “militantes” do partido. Não é que modernizadores da economia estejam enfrentando os ortodoxos da velha guarda revolucionária, como aconteceu na China dos anos 80. Não!

Fidel e Raúl é que são a velha guarda, mas reconhecem a necessidade de mudar para conservar. A resistência vem é da “jovem-guarda” do partido, da burocracia consolidada, daqueles que querem preservar as posições conquistadas. Fidel usa o seu poder ainda mítico sobre o povo cubano para dar uma forcinha ao irmão. E tenta estabelecer alguma ponte com os EUA com dois acenos: fazendo um quase mea-culpa por 1962 e procedendo a uma crítica clara a Ahmadinejad.

Converteu-se num democrata? Coisa nenhuma! Até agora, não há sinal de abertura política no país. Mas é evidente que a “autocrítica” é um sinal positivo para os que lutam por democracia na ilha. Mais liberdade econômica, se vier, não quer dizer necessariamente mais democracia. Mas uma coisa é certa: não existem liberdades democráticas sem a liberdade econômica. Fidel está enxergando o que seus apaniguados não vêem, agarrados desesperadamente a seus privilégios: ele próprio, como se diz, “já não está entre nós”; seu irmãozinho assassino já vai avançado em anos. Os dois são as únicas escoras do regime. Ou ele muda ou morre sem apelo.

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