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Mais uma tontice de Celso Amorim

Vocês têm um Engov aí? Sabem aquele negócio do um antes e um depois do porre? Pois e. Vocês lerão uma notícia sobre Celso Amorim. Recomendo. Volto em seguida. Em Genebra, Amorim indica que está de saída do Itamaraty O chanceler Celso Amorim deixa escapar que pode estar mesmo terminando seu mandato à frente do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h33 - Publicado em 22 nov 2010, 20h46

Vocês têm um Engov aí? Sabem aquele negócio do um antes e um depois do porre? Pois e. Vocês lerão uma notícia sobre Celso Amorim. Recomendo. Volto em seguida.

Em Genebra, Amorim indica que está de saída do Itamaraty

O chanceler Celso Amorim deixa escapar que pode estar mesmo terminando seu mandato à frente do Itamaraty, depois de oito anos consecutivos no comando da diplomacia brasileira. Ontem, ao iniciar um discurso na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Amorim afirmou que sua participação no evento seria uma espécie de “despedida” de Genebra. Ele, porém, logo emendou. “Pelo menos por enquanto”, afirmou o chanceler, que já havia sido embaixador em Genebra antes de ser ministro.

Mais tarde, questionado por uma jornalista estrangeira se ficaria no governo na gestão de Dilma Rousseff, apenas respondeu: “Eu não sei. Não posso fazer nenhum comentário a respeito disso. Não estou formando nenhum gabinete, somente o meu, que não estou formando, mas sim desfazendo”, completou.

Ontem, Amorim assinou acordo com a OIT abrindo espaço para que o Brasil coopere no setor humanitário. Mas seu discurso foi uma espécie de resumo dos oito anos de sua política externa. Pregando “tolerância” nas relações com outros governos, o chanceler insistiu que o “mais difícil tem sido quebrar barreiras mentais”. Para ele, esse tem sido um dos maiores obstáculos em fazer avançar a agenda das relações entre os países do Sul.

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Mentalidade colonial
“Quando o Mercosul foi criado, muitos perguntavam por que é que perdíamos tempo com a Argentina. Defendiam que teríamos de lidar com Estados Unidos e Europa e que apenas estávamos juntando as pobrezas de dois países. Hoje, ninguém questiona a importância do Mercosul. O mesmo ocorreu quando criamos a Unasul.

Chegaram a me perguntar por que é que eu me preocupava tanto com a América do Sul. Ainda temos uma mentalidade colonial”, afirmou. “Se não quebrarmos barreiras mentais, não avançaremos”. Para ele, a cooperação entre países em desenvolvimento tem sido um dos carros chefe da diplomacia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que tem rendido reconhecimento internacional. “Isso porque não temos preconceitos”, disse. “Quando iniciamos nossas relações com os países árabes, eram verdadeiras placas tectônicas que se moveram”, disse.

“Quando Lula começou a viajar pela África, as pessoas diziam que ele perdia seu tempo e que deveria ir para Washington, Bruxelas e Paris. Ele foi. Mas foi para a África também”, insistiu Amorim, que indicou que o continente africano é hoje o quarto maior parceiro comercial do Brasil. O chanceler garantiu ainda que o Brasil sempre quis ter uma “boa relação com o Norte”. “Não estabelecemos cooperação com o Sul para confrontar o Norte”, garantiu. Mas não deixou de criticar. “Doadores não só dão dinheiro. Dão ordens também. Precisamos acabar com essa idéia de doadores e recipientes. Somos parceiros”, disse.

China lidera exportações
O chanceler ainda lembrou que, nos oito anos do governo Lula, os Estados Unidos perderam a liderança na relação comercial com o Brasil. O maior destino hoje das exportações nacionais é a China, seguida pela vizinha Argentina. “Os Estados Unidos estão em um honroso terceiro lugar”, disse, sem esconder uma ponta de orgulho por mudar uma situação que se prolongava por décadas e que parecia imutável a curto prazo.

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Para completar, ainda defendeu a política de manter o diálogo com países para garantir a melhoria dos direitos humanos, uma das bandeiras levantadas por ele e o presidente Lula nestes oito anos.

Voltei
É isto: Amorim é um tonto. Vamos começar pelo essencial. Aos Estados Unidos e à Argentina, o Brasil exporta mais produtos industrializados; à China, quase que exclusivamente soja e ferro. O fato, longe de provocar orgulho neste anão intelectual, deveria é preocupá-lo. De cada US$ 100 que entram no Brasil derivados das exportações, praticamente US$ 60 têm origem em commodities: um bom caminho para o país se entupir de dólares e ver a sua indústria ir para a cucuia. Mas isso é o de menos agora. O fundamental, no caso em questão, é que a posição ocupada pela China nada tem a ver com uma decisão política. Como sintoma de uma menor participação de produtos industrializados na pauta de exportações, estamos diante de uma má notícia, não de um boa.

Vamos ao resto. A Unasul, da qual se orgulha, não existe. O Mercosul celebrou um único acordo comercial até agora e, na prática, também não existe. As duas coisas integram o rol de mistificações de Amorim. De todo modo, aquelas supostas vozes contrárias só existiram na sua imaginação. Ele precisa dos inimigos imaginários para poder justificar a tal política Sul-Sul — que, na prática, é nada.

De maneira oblíqua, Amorim defende a sua política pusilânime no que diz respeito aos direitos humanos — o país acaba de se abster na votação que condenou o Irã. Para arrematar, percebam ali, ele está pedindo emprego para Dilma, com a altivez habitual. Um gigante do começo ao fim.

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