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Reinaldo Azevedo

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Mais um executivo resolve colaborar com investigações de operação da PF

Por Mario Cesar Carvalho, na Folha: O executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, investigado pela Operação Lava Jato sob suspeita de ter pagado propina por meio do doleiro Alberto Youssef, fez um acordo de delação premiada com os procuradores do caso. Ele é o segundo executivo a fazer um acordo de colaboração com a Justiça: […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h42 - Publicado em 4 nov 2014, 15h08

Por Mario Cesar Carvalho, na Folha:
O executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, investigado pela Operação Lava Jato sob suspeita de ter pagado propina por meio do doleiro Alberto Youssef, fez um acordo de delação premiada com os procuradores do caso. Ele é o segundo executivo a fazer um acordo de colaboração com a Justiça: o primeiro foi Julio Camargo. Ambos são ligados à Toyo-Setal, empresa controlada pela japonesa Toyo Engineering, que tem contratos de mais de R$ 4 bilhões com a Petrobras. Com a adesão de Mendonça Neto, já são quatro os delatores da Lava Jato: Paulo Roberto Costa, que foi diretor de abastecimento da Petrobras, o doleiro Youssef e os dois executivos ligados à Toyo. Todos prometeram contar o que sabem sobre o esquema de suborno na estatal para ter uma pena menor.

Mendonça Neto faz parte do conselho de administração da EBR (Estaleiros do Brasil), empresa instalada no Rio Grande do Sul e controlada pela Toyo. Ele é vice-presidente do Sinaval, sindicato das empresas que fazem navios e plataformas para extração de petróleo. Uma empresa dele, a Tipuana Participações, depositou R$ 7,3 milhões em contas controladas pelo doleiro, segundo laudos da Polícia Federal. Como as empresas de Youssef nunca tiveram atividade, os procuradores dizem que as transferências eram repasse de propina.
(…)
A Tipuana já foi alvo de ação da Justiça Eleitoral por doação irregular a um candidato a deputado federal do PT em 2006.
(…)
A Toyo-Setal faz duas grandes obras para a Petrobras: uma unidade para produção de hidrogênio de R$ 1,1 bilhão no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e uma fábrica de R$ 2,1 bilhões para fazer amônia, usada para produzir fertilizantes, em Uberaba (MG). O maior contrato da EBR foi assinado no início do ano passado com a Petrobras para produzir módulos da plataforma P-74 por US$ 741 milhões (R$ 1,85 bilhão pelo câmbio atual). A plataforma será usada no pré-sal. Os contratos que a Toyo-Setal conquistou na Petrobras partiram de projetos e licitações da diretoria de serviços, ocupada entre 2003 e 2012 por Renato Duque, indicado ao cargo por José Dirceu. Costa e Julio Camargo afirmaram em sua delação que Duque era beneficiado pelo esquema de suborno. Duque nega as acusações e entrou com uma ação contra Costa.
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