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Reinaldo Azevedo

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MAIORIAS E MINORIAS: O PARADOXO DA PRAÇA

Quando eu recomeçar o trabalho nesta quinta, já terá havido na USP a manifestação de estudantes contrários à greve, marcada para hoje, às 12h30, em frente à FEA. Quantos terão participado? Não tenho a menor idéia. O importante é que aqueles que se opõem à barbárie em curso na universidade comecem a se manifestar, seja […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h23 - Publicado em 25 jun 2009, 06h45

Quando eu recomeçar o trabalho nesta quinta, já terá havido na USP a manifestação de estudantes contrários à greve, marcada para hoje, às 12h30, em frente à FEA. Quantos terão participado? Não tenho a menor idéia. O importante é que aqueles que se opõem à barbárie em curso na universidade comecem a se manifestar, seja participando de protestos — fora do horário normal de aula, claro! —, seja recorrendo, sim, aos meios virtuais para expressar a sua indignação, tão legítimos quanto quaisquer outros.

Movimentos contrários à baderna são raros e costumam, mesmo, mobilizar pouca gente, expressando o que chamo de “Paradoxo da Praça”. A minoria extremista, com sua violência particularista, costuma juntar mais gente na praça do que a maioria moderada. De sorte que mais aparecem os que menos representam — e a minoria fala como se maioria fosse. Por que é assim?

Porque essas minorias extremistas são, por assim dizer, profissionalizadas. O termo é adequado: são profissionais da causa política vestindo a fantasia de estudante, de professor, de funcionário da USP. Sua agenda, como sabemos, não é melhorar a universidade coisa nenhuma. Isto, eles próprios já confessaram: uns deliram com a revolução; outros estão apenas fazendo o joguinho político-eleitoral vagabundo de sempre. A maioria ordeira não se sente representada pelos canais sindicais de mobilização.

Mais ainda: entendem, NO QUE ESTÃO ABSOLUTAMENTE CORRETAS, que as autoridades — o Estado, por intermédio de suas instituições e de seus Poderes — devem tomar providências quando seus direitos estão sendo agravados. E é uma violação de direitos o que se vê na USP. Pergunto:
– até quando o restaurante universitário permanecerá fechado, prejudicando a vida de milhares de estudantes?;
– até quando o serviço de transporte continuará suspenso, criando dificuldades desnecessárias aos alunos e funcionários?;
– até quando os estudantes das faculdades impedidas de ministrar seus cursos continuarão a ter prejudicado o seu desempenho acadêmico?

Não é possível que a universidade, o governo do estado, a Justiça e o Ministério Público, cada uma dessas instâncias com uma franja de atuação que os compromete com a USP, continuem inermes, assistindo, dia após dia, a imposição da vontade de uma minoria extremista à maioria da comunidade uspiana, que não concorda com os métodos dos baderneiros.

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Não é possível que um movimento sindical imponha indefinidamente prejuízo aos estudantes e à própria instituição sem que tenha de arcar com o custo de suas escolhas. Isso não é democracia, mas ditadura de minorias.

Volto ao ponto
Quantos estudantes terão participado? Não sei. Pouco importa a quantidade, o importante é começar a exigir providências do Poder Público e se preparar para enfrentar as tentativas de desqualificação, a que certos setores da imprensa darão guarida. Ontem, chegaram-me ecos da ação de sabotadores, que prometiam participar do protesto com palavras de ordem que o caracterizassem como “coisa de fascistas”. Mandaram-me trechos um tanto assustadores de páginas na Internet de apoio aos baderneiros.

Inexiste movimento organizado a favor da normalidade, como todos sabemos. Aqui e em qualquer país do mundo. Reitero: as pessoas esperam que o estado tributador, que tem o monopólio do uso legítimo da força, garanta o império da lei. Mas, como estamos vendo, as coisas nem sempre funcionam como deveriam. O Brasil nos obriga a lutar por aquilo que já temos garantido.

10? 20? 30? 50? 100? Pouco importa! São mais de 78 mil a favor da universidade. Que o Poder Público acorde para isso.

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