Lulices 2 – Das intenções declaradas
Por Rui Nogueira e Tânia Monteiro, no Estadão. Volto depois:Os 12 chefes de Estado presentes à Reunião Extraordinária de Cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), hoje, em Brasília, vão aproveitar o encontro para negociar a formatação final do Conselho Sul-Americano de Defesa. O Conselho nasceu de uma proposta brasileira, feita em março, durante uma […]
Por Rui Nogueira e Tânia Monteiro, no Estadão. Volto depois:
Os 12 chefes de Estado presentes à Reunião Extraordinária de Cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), hoje, em Brasília, vão aproveitar o encontro para negociar a formatação final do Conselho Sul-Americano de Defesa. O Conselho nasceu de uma proposta brasileira, feita em março, durante uma das mais sérias crises diplomáticas no continente, envolvendo a Colômbia e o Equador.
A idéia foi apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, a todos os governos sul-americanos ao longo de uma maratona aérea diplomática que durou dois meses e meio e terminou na semana passada em La Paz, na Bolívia. O perfil básico do órgão está definido: “O Conselho Sul-Americano de Defesa não terá nenhum poder de intervenção militar, não terá nenhuma característica de aliança militar e será, em essência, um órgão de articulação de políticas de defesa entre os países sul-americanos”, disse ao Estado o ministro Jobim.
(…)
O Conselho funcionaria como uma espécie de “primeiro recurso” para dirimir problemas de defesa na América do Sul, evitando assim o recurso imediato à Organização dos Estados Americanos (OEA), onde as intermediações passam inevitavelmente pelo acordo com os Estados Unidos.
O Estado apurou que a Colômbia não demonstrou entusiasmo pela proposta brasileira, uma vez que os seus assuntos de defesa, a começar pelo combate à narcoguerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), têm como aliado principal os EUA. O governo colombiano, porém, manteve o apoio diplomático à idéia para não criar um clima de divisão nesta fase de discussões.
Já o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou a sugerir que o Conselho se transformasse numa espécie de “Otan da América do Sul”, uma aliança militar concreta – proposta que o Brasil rechaçou.
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